O mercado da soja encerrou a semana sob forte volatilidade, com destaque para a queda nas cotações na Bolsa de Chicago. O contrato com vencimento em julho terminou a sexta-feira cotado a US$ 10,41 por bushel, pressionado pelo ritmo acelerado do plantio nos Estados Unidos. Segundo dados da plataforma Grão Direto, o clima tem se mostrado amplamente favorável nas regiões produtoras norte-americanas, alimentando a expectativa de uma safra cheia — fator que tende a manter a pressão sobre os preços internacionais nas próximas semanas.
No Brasil, a colheita da safra 2024/25 está praticamente concluída, com relatos pontuais de problemas de qualidade em algumas áreas do Rio Grande do Sul e Paraná. Com o fim da colheita, o foco do mercado se volta agora para os prêmios de exportação, que seguem pressionados pela lentidão nos embarques, apesar de uma leve recuperação na semana anterior.
Mesmo diante da queda nos preços em Chicago, a soja brasileira ainda mantém competitividade frente ao produto norte-americano, impulsionada pela valorização do dólar. A moeda norte-americana fechou a semana acima de R$ 5,70, o que ajudou a sustentar os preços internos. Ainda assim, o câmbio favorável não foi suficiente para estimular a comercialização, que continua em ritmo lento, com os produtores demonstrando bastante cautela diante da conjuntura atual.
Além da safra robusta nos EUA, o mercado monitora com atenção o desenrolar das relações comerciais entre China e Estados Unidos, que seguem sem avanços significativos. Um possível reaquecimento nas negociações entre as duas maiores economias do mundo pode ter impactos importantes sobre os preços globais da soja, inclusive com reflexos diretos no Brasil.
Para os próximos dias, a orientação dos analistas é clara: atenção redobrada na gestão de margem e no acompanhamento de fatores-chave como câmbio, prêmios de exportação e clima nos EUA. Em um cenário de oferta elevada e incertezas no comércio internacional, identificar e aproveitar janelas de oportunidade será fundamental para garantir melhores resultados na comercialização. Com informações: Canal Rural.