Uma ação transformadora está em curso no Estabelecimento Penal Feminino “Luiz Pereira da Silva”, em Jateí. Quinze reeducandas participam de um curso de qualificação profissional na área de recepção, ofertado por meio do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego). A iniciativa, que visa ampliar as possibilidades de reintegração social das internas, é promovida pela Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), com coordenação da Diretoria de Assistência Penitenciária, por meio da Divisão de Educação.
A formação conta com disciplinas como Produção de Texto, Matemática Aplicada e Educação Financeira, Cidadania, Gênero e Direitos da Mulher, Ética e Relações Humanas, Noções de Biossegurança, Saúde da Mulher, Qualidade de Vida e Inclusão Digital, entre outras, totalizando 160 horas de carga horária ao longo de 48 dias letivos.
Para a diretora da unidade penal, Solange Pereira da Silva, o impacto da educação no ambiente prisional vai além da qualificação técnica. “Esse curso não só qualifica, mas principalmente resgata a autoestima e devolve às internas a esperança de um futuro melhor. Estamos plantando sementes de mudança, de recomeço e de oportunidade”, afirma.
Entre as participantes, o sentimento é de gratidão e renovação de esperança. Fernanda, uma das alunas, destaca a importância da capacitação para o futuro. “É uma oportunidade de integração na sociedade. Além de uma chance de emprego, traz mudança de vida, caráter e conduta. Nunca é tarde para aprender e recomeçar”, ressalta.
A interna Juliana também vê o curso como uma ferramenta de superação. “Não é porque estamos privadas de liberdade que não podemos estudar. Temos que acreditar nos nossos sonhos, enfrentar os medos e aproveitar essa chance”, diz. Já Marisa, mãe de dois filhos, emociona ao relatar como a qualificação a ajuda a enfrentar a ansiedade e a planejar um futuro melhor para sua família. “Quero me ressocializar e dar um futuro digno para meus filhos”, afirma.
A diretora de Assistência Penitenciária da Agepen, Maria de Lourdes Delgado Alves, reforça o papel da educação na reconstrução de vidas. “Cada curso oferecido representa uma porta aberta para que essas mulheres possam reescrever suas histórias. O compromisso da nossa equipe é diário e, ao ver cada interna se dedicando, sonhando e acreditando novamente em si mesma, sentimos que estamos no caminho certo.”
A formação teve início em maio e segue até o fim de julho, oferecendo não apenas conhecimento técnico, mas também uma oportunidade concreta de transformação pessoal e social para mulheres que buscam recomeçar. Com informações: Agência de Notícias.