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Tragédia em Gaza: médica perde nove filhos em ataque aéreo israelense

Doutora Alaa al Najjar estava de plantão quando soube que sua casa foi bombardeada. Único filho sobrevivente e o marido estão em estado crítico. Mundo reage com indignação e pressiona Israel por cessar-fogo.
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Alaa al Najjar, em choque, sob a tenda de luto montada ao lado das ruínas de sua casa, onde nove de seus filhos morreram após bombardeio israelense em Khan Younis. Foto: Reprodução. Por: Editorial | 26/05/2025 13:47

Em meio ao plantão no hospital Nasser, na cidade de Khan Younis, sul da Faixa de Gaza, a pediatra Alaa al Najjar recebeu a notícia que nenhuma mãe deveria ouvir: sua casa havia sido atingida por um ataque aéreo israelense. Ao chegar ao local, encontrou os corpos carbonizados de nove de seus dez filhos, mortos sob os escombros do que antes era sua residência. O marido, Hamdi al Najjar, também médico, e o filho Adam, de 10 anos, foram os únicos sobreviventes, mas permanecem hospitalizados em estado crítico.

O ataque aconteceu na tarde de sexta-feira (24), segundo familiares, sem qualquer aviso prévio. A Defesa Civil de Gaza confirmou a morte das nove crianças. A irmã de Alaa, Sahar al Najjar, descreveu a cena como devastadora: "Nove crianças estavam irreconhecíveis. Seus rostos haviam desaparecido." A dor se agravou com a impossibilidade de identificá-las visualmente — o reconhecimento foi feito entre sudários.

Hamdi passou por múltiplas cirurgias, perdeu parte do pulmão e recebeu 17 bolsas de sangue. Já Adam teve uma mão amputada e apresenta queimaduras graves. “Não sei como contar ao meu irmão que seus filhos estão mortos”, lamentou Ali al Najjar, tio das crianças.

Em nota à AFP, o Exército israelense justificou que o alvo do bombardeio eram "indivíduos suspeitos" em uma estrutura próxima à casa da família. Ainda segundo os militares, os danos a civis "estão sendo avaliados".

A comunidade internacional reagiu com pesar e indignação. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou o ataque como “vergonhoso e covarde” e voltou a chamar a ofensiva israelense de “genocídio”. “Já não se trata de autodefesa ou combate ao terrorismo. O que vemos em Gaza é vingança”, declarou.

No domingo (25), em Madri, representantes de 20 países, incluindo o Brasil, discutiram a possibilidade de impor sanções a Israel. O chanceler Mauro Vieira defendeu o reconhecimento do Estado da Palestina como passo essencial para a paz e condenou a omissão da comunidade internacional diante da catástrofe humanitária em curso.

Desde o início da ofensiva israelense, em outubro de 2023, mais de 53 mil palestinos foram mortos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, número validado pela ONU. Do lado israelense, 1.218 pessoas morreram no ataque inicial do Hamas.

A tragédia da família al Najjar tornou-se símbolo do sofrimento civil em Gaza. “Não há lugar seguro aqui”, disse Ali. “A morte parece melhor do que este suplício.”. Com informações: SemanaOn.




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