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Soldado ucraniano volta para casa após três anos em cativeiro: “Prometi que voltaria são e salvo”

Em meio à maior troca de prisioneiros desde o início da guerra, reencontros emocionam famílias; 697 soldados ucranianos já foram libertados até agora.
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Prisioneiros de guerra ucranianos reencontram familiares após anos em cativeiro — Foto: Serviço de Imprensa. Por: Editorial | 24/05/2025 10:57

Frágil, com o rosto abatido e a pele amarelada, o soldado ucraniano Konstantin Steblev, de 31 anos, reencontrou a mãe após três anos em cativeiro. “Oi mãe, como você está?”, disse, com a voz embargada, minutos depois de pisar novamente em solo ucraniano na sexta-feira (23). “Eu te amo. Não fique triste. Não foi minha culpa. Prometi que voltaria são e salvo”, acrescentou, tentando sorrir com os olhos ainda marejados.

Steblev foi capturado no início da invasão russa, em fevereiro de 2022, e foi um dos 390 soldados libertados pela Rússia na primeira fase da maior troca de prisioneiros de guerra entre os dois países desde o início do conflito. Em contrapartida, a Ucrânia também entregou 390 prisioneiros. Neste sábado (24), uma nova troca envolveu mais 307 prisioneiros de cada lado. A terceira etapa está prevista para domingo, com o objetivo de libertar mil pessoas no total.

As trocas foram o único resultado concreto das recentes negociações entre Rússia e Ucrânia realizadas em Istambul, marcando o primeiro contato direto entre os dois países em três anos.

Após a libertação, Steblev foi levado com outros ex-prisioneiros a um hospital na região de Chernihiv, onde centenas de familiares aguardavam ansiosamente. “Parabéns!”, gritavam, em meio a lágrimas e cânticos. Durante o trajeto de volta, o soldado relatou à agência AFP sentir “emoções indescritíveis”. “É simplesmente uma loucura”, resumiu.

Ele afirmou que sobreviveu aos anos de cativeiro pensando em sua esposa. “Ela sabe que sou forte e que não vou desistir tão facilmente. Agora, só quero ficar com minha família. É minha prioridade absoluta.”

Enquanto os soldados passavam por exames médicos, muitos familiares se aglomeraram do lado de fora do hospital, na esperança de rever seus entes queridos ou, ao menos, obter notícias. Olena e Oleksandr, separados havia 22 meses, se abraçaram sem dizer palavra, ignorando as câmeras que registravam o reencontro. “Estou no céu”, resumiu Oleksandr, de 45 anos. Seu maior desejo agora é simples: “comer e passar tempo com a família”.

Nem todos, porém, tiveram a mesma sorte. Algumas mulheres deixaram o local chorando, sem qualquer informação sobre os desaparecidos. Muitas ainda aguardam por notícias que nunca chegam.

Foto: Divulgação.

Momentos após reencontrar o marido Andriy, Elia, de 33 anos, consolou a mãe de um soldado ainda desaparecido. Ela disse que seu “coração quase saiu do peito” ao vê-lo novamente. “Esperei tanto tempo por isso”, declarou, emocionada.

Apesar da alegria, Elia sabe que o caminho à frente será longo. “Ele tem um olhar vazio, mas sei que não o destruíram. Os rapazes que estavam com ele me disseram que ele era muito forte.”

Os relatos dos ex-prisioneiros resgatados, ao longo da guerra, revelam condições desumanas e, muitas vezes, episódios de tortura nas prisões russas. Agora, o retorno à vida civil se mistura à luta silenciosa por recomeços e cicatrizes que nem sempre são visíveis. Com informações: G1.




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