Diante da repercussão do caso de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) registrado no Rio Grande do Sul, o deputado estadual Renato Câmara defendeu publicamente a necessidade de rever os protocolos internacionais de certificação sanitária. Presidente da Frente Parlamentar da Avicultura na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, o parlamentar propôs que o Brasil atue junto a autoridades internacionais para que a classificação de “país livre de gripe aviária” passe a considerar a realidade regional, adotando o conceito de “estado livre”.
Segundo Renato, o atual modelo ignora as dimensões continentais do Brasil, o que penaliza injustamente estados sem registro da doença. “Só o Mato Grosso do Sul tem área maior que a do Reino Unido e da Itália. Não faz sentido que um foco isolado em um estado afete todo o país. Precisamos de um novo protocolo que respeite a nossa geografia e a nossa condição sanitária”, afirmou.
A proposta foi discutida em reuniões com representantes do governo federal e em uma agenda técnica com a Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), em Campo Grande. O encontro contou ainda com a presença de produtores rurais e representantes de empresas privadas do setor avícola, convocados pela Frente Parlamentar da Avicultura.
Renato ressaltou que o Japão já reconheceu a regionalização ao manter as importações de carne de frango do Mato Grosso do Sul, mesmo após o caso no Sul do país. Por outro lado, países como Chile e Bolívia ainda não adotaram esse critério, o que impede estados livres da IAAP de manterem suas exportações, afetando empregos e a credibilidade sanitária do setor.
“Estamos trabalhando para garantir que a avicultura brasileira tenha segurança jurídica e sanidade reconhecida. Essa mudança não é só necessária — é urgente”, concluiu o deputado. Com informações:Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul.