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Onça que matou caseiro no Pantanal é transferida para instituto em SP

Após ser alimentada por humanos e atacar fatalmente um homem, felino foi reabilitado no Cras de Campo Grande e levado para local seguro sem visitação, com ambiente semelhante ao natural.
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Onça-pintada deixando o Cras em Campo Grande rumo ao novo lar em São Paulo, após tratamento e ganho de peso de 13 kg em três semanas. Foto: Secom. Por: Editorial | 16/05/2025 15:33

A onça-pintada que matou o caseiro Jorge Ávalo, de 62 anos, no Pantanal sul-mato-grossense, foi transferida nesta quinta-feira (15) para o Instituto Ampara Silvestre, em Amparo (SP). O animal, um macho de grande porte, havia sido levado ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), em Campo Grande, após o ataque fatal registrado em 21 de abril.

Segundo a veterinária Aline Duarte, gestora do Hospital Veterinário Ayty e coordenadora do Cras, o felino chegou debilitado, pesando 94 kg, e saiu com 107 kg após tratamento intensivo que incluiu exames, hidratação, alimentação adequada e suplementação hepática.

Foto: Secom.

— O animal chegou desidratado, com baixo peso e alterações clínicas agudas. Evoluiu bem ao longo das semanas — explicou Aline.

O caso ganhou repercussão nacional após a confirmação de que Jorge Ávalo, conhecido como "Seu Jorge", alimentava a onça com cevas, prática condenada por especialistas e ambientalistas por modificar o comportamento natural dos animais silvestres. A informação foi confirmada em coletiva no dia 23 de abril pelo secretário adjunto da Semadesc, Arthur Falcette.

O ataque aconteceu às margens do Rio Miranda, região conhecida por atrair turistas e pescadores. No feriado de Tiradentes, por volta das 5h, o caseiro desapareceu. Restos mortais foram encontrados no dia seguinte, e câmeras registraram o local do ataque já tomado por animais carniceiros.

Foto: Secom.

A prática da ceva, comum entre fotógrafos e pesquisadores, vem sendo usada irregularmente em áreas de pesca para atrair turistas. Ao associar a presença humana à comida, ela aumenta os riscos de ataques.

No novo lar, a onça se junta a outros oito grandes felinos — cinco pintadas e três pardas — que também não podem retornar à natureza. O instituto paulista não permite visitação e oferece recintos de até seis mil metros quadrados com vegetação nativa e grotas cavadas no solo.

— O espaço é o mais próximo possível do que o animal teria em liberdade. Recebemos aqueles que, por diferentes motivos, não podem mais voltar à natureza — explicou o veterinário Jorge Salomão, responsável técnico da Ampara.

Para Aline Duarte, a transferência marca o encerramento de uma missão bem-sucedida:
— É uma honra poder tratar de um símbolo do Pantanal. Conseguimos dar uma destinação correta a esse animal, como fizemos com tantos outros aqui no Cras — concluiu. Com informações: Correio do Estado. 




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