Quase 14 mil crianças foram registradas apenas com o nome da mãe em MS nos últimos cinco anos

Mato Grosso do Sul contabilizou cerca de 14 mil registros de nascimento feitos apenas com o nome da mãe nos últimos cinco anos. Os dados são da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen/MS) e consideram o período entre 1º de janeiro de 2020 e 30 de abril de 2025. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (14) e está disponível também na plataforma “Pais Ausentes”, no Portal da Transparência do Registro Civil.

De acordo com os dados, no ato do registro de nascimento, o campo destinado à paternidade permaneceu em branco nesses casos. No entanto, isso não significa que o reconhecimento não possa ocorrer posteriormente — seja pelo pai biológico ou por um pai socioafetivo. Situações como inseminação artificial, reprodução assistida ou a formação de famílias com duas mães também explicam parte dos registros.

“O modelo de família mudou. A sociedade evoluiu significativamente, permitindo diversas configurações familiares — e essa realidade também está presente em Mato Grosso do Sul”, afirma Marcus Roza, presidente da Arpen/MS. Segundo ele, o reconhecimento de paternidade atualmente pode ser feito de forma rápida e gratuita diretamente no cartório, sem necessidade de processo judicial.

Os números ano a ano mostram pouca variação. Em 2024, foram 2.750 certidões com apenas o nome da mãe. Em 2023, foram 2.690; em 2022, 2.649; em 2021, 2.644; e em 2020, 2.597 casos.

No cenário nacional, São Paulo lidera o ranking com mais de 146 mil registros de nascimentos sem o nome do pai nos últimos cinco anos, seguido por Bahia (69.814), Rio de Janeiro (66.916), Minas Gerais (61.467) e Pará (55.233). Com informações: Campograndenews.