Pelo menos seis pessoas morreram e mais de 40 ficaram feridas em um ataque aéreo israelense que atingiu o Hospital Europeu, localizado em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, nesta terça-feira (13). O bombardeio foi anunciado pelas Forças de Defesa de Israel (IDF), que afirmaram ter atingido um "centro de comando do Hamas" que operava a partir das instalações do hospital. Contudo, a identidade dos indivíduos acusados de estarem envolvidos nas atividades não foi divulgada, o que gerou questionamentos sobre a precisão das informações.
Palestinos avaliam os danos no Hospital Europeu, em Khan Yunis, após os ataques aéreos israelenses. (Foto: REUTERS/Hatem Khaled)
O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, confirmou o número de vítimas e identificou uma das vítimas fatais como o jornalista palestino Hassan Aslih, que estava internado no hospital após ser ferido em um ataque aéreo anterior. Aslih, um conhecido jornalista e fotojornalista freelancer com centenas de milhares de seguidores nas redes sociais, era acusado por Israel de colaborar com o Hamas e de ter participado na invasão a território israelense em 7 de outubro de 2023. Ele chefiava o portal de notícias Alam24, que cobria eventos em Gaza e outras áreas em conflito.
O ataque atingiu o terceiro andar do Hospital Europeu, o que causou grandes danos às instalações. Ahmed Siyyam, membro do serviço civil de emergência em Gaza, foi uma das primeiras pessoas a chegar ao local após o ataque. "Cheguei sem saber se deveria lamentar os mártires, tratar os pacientes e feridos ou lidar com a equipe que não se sente mais segura", disse Siyyam à agência de notícias local. O diretor do hospital, Atef Al-Hout, relatou a angústia enfrentada pelos profissionais de saúde: "Nossa maior preocupação agora é garantir a segurança de todos, mas estamos sendo atingidos também, e as condições pioram a cada dia."
Além das vítimas fatais, o bombardeio deixou dezenas de feridos, muitos dos quais em estado grave. O cenário no hospital foi descrito como caótico, com médicos e enfermeiros tentando cuidar dos feridos enquanto lidavam com a destruição ao redor.
Palestinos inspecionam os danos no Hospital Europeu , que foi parcialmente danificado após ataques aéreos israelenses — Foto: REUTERS/Hatem Khaled.
Política de guerra de Israel
Enquanto o ataque ao hospital gerava forte repercussão e preocupações humanitárias, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, deixou claro em comunicado que sua ofensiva militar em Gaza não será interrompida. Netanyahu afirmou que o Exército israelense continuará a agir "com toda a força" nos próximos dias, independente de quaisquer negociações de paz ou da libertação de reféns pelo Hamas.
Benjamin Netanyahu conversa por telefone com Edan Alexander, refém israelense-americano recentemente libertado. (Foto: Reprodução / X)
"Nos próximos dias, entraremos com todas as nossas forças para completar a ofensiva e subjugar o Hamas", declarou Netanyahu. "O Hamas pode dizer: 'Chega! Queremos libertar mais dez'. Ok, tragam-nos. Nós os capturaremos e então entraremos. Mas não haverá como impedir a guerra", completou, reiterando que, apesar dos esforços internacionais para mediar um cessar-fogo, Israel prosseguirá com sua campanha até o fim.
A declaração de Netanyahu surge em meio à crescente pressão internacional por um cessar-fogo. Em resposta, o Hamas recentemente liberou o refém israelense-americano Edan Alexander, o último refém americano mantido em Gaza, e afirmou estar disposto a negociar uma trégua, mas somente após a libertação de mais prisioneiros.
Edan Alexander se reencontra com sua família após ser libertado pelo Hamas, após meses de cativeiro em Gaza. (Foto: Reprodução / X)
Entretanto, Netanyahu manteve uma postura firme, afirmando que qualquer tipo de cessar-fogo seria temporário, e Israel não se comprometeria com negociações até que todos os objetivos da guerra fossem cumpridos.
A situação na Faixa de Gaza continua a se agravar, com os ataques aéreos de Israel se intensificando e uma grande parte da população civil local sendo afetada diretamente pelos bombardeios. O número de mortos e feridos continua a aumentar, enquanto organizações humanitárias e líderes internacionais pedem uma solução pacífica para o conflito. No entanto, com a retórica de guerra de ambos os lados, a perspectiva de um cessar-fogo sustentável ainda parece distante.
Este ataque no Hospital Europeu e as declarações subsequentes de Netanyahu ressaltam a complexidade e a brutalidade do conflito em Gaza, com a guerra agora atingindo diretamente as estruturas de saúde, comprometendo a capacidade de tratamento de feridos e colocando em risco ainda mais vidas civis. Com informações: G1.