O bom desempenho climático tem sido um aliado importante para o desenvolvimento das lavouras de milho da segunda safra em diversas regiões produtoras. Ao mesmo tempo, a colheita do milho de verão avança em ritmo constante. Esse cenário, de acordo com pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), tem influenciado diretamente nas cotações do cereal, que seguem em queda.
A maior oferta do grão e a perspectiva de continuidade na desvalorização têm afastado compradores do mercado spot, reduzindo o volume de negociações de novos lotes. “Esses agentes têm expectativa de que o atual movimento de desvalorização do cereal persista”, afirmam os pesquisadores.
Até meados de março, o contexto era outro. A combinação de problemas logísticos, retração por parte dos vendedores e preocupações com estoques curtos mantinham os preços em patamares mais altos. A demanda, temendo desabastecimento, aceitava pagar mais pelo milho. No entanto, desde abril, com o avanço das lavouras e a maior disponibilidade no campo, os compradores passaram a adotar uma postura mais cautelosa.
Além disso, fatores externos como a queda nos preços internacionais e a valorização do real frente ao dólar têm reduzido a competitividade das exportações, o que reforça a pressão sobre os valores internos do cereal.
O Cepea, ligado à Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq/USP), destaca ainda que segue monitorando o comportamento do mercado de grãos, dentro de um cenário complexo que envolve desde questões climáticas até políticas comerciais e câmbio. Com informações Canal rural