| Hoje é Quarta-feira, 21 de Maio de 2025.

Inflação avança 5,53% em 12 meses e desafia metas do governo

Apesar da desaceleração mensal, preços de alimentos e saúde continuam pressionando o IPCA.
Ampliar
Consumidora faz compras em supermercado em São Paulo • Paulo Whitaker/Reuters Por: Editorial | 09/05/2025 09:20

A inflação no Brasil perdeu força em abril, embora os preços dos alimentos e itens ligados à saúde continuem pesando no bolso do consumidor. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,43% no mês, após avanço de 0,56% em março, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (9) pelo IBGE.

Mesmo com a desaceleração, a inflação acumulada em 12 meses subiu de 5,48% em março para 5,53% em abril — permanecendo acima do teto da meta de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.

O principal impacto veio do grupo Alimentação e bebidas, que registrou alta de 0,82%, embora tenha recuado em relação ao mês anterior (1,17%). A alimentação no domicílio teve variação de 0,83%, enquanto comer fora ficou 0,80% mais caro. Entre os itens com maior alta estão batata-inglesa (18,29%), tomate (14,32%), café moído (4,48%) e lanche (1,38%).

“O grupo alimentação tem o maior peso no IPCA e, mesmo com desaceleração, ainda exerce forte influência. Em abril, o índice de difusão subiu de 55% para 70%, embora com subitens de menor peso”, explicou Fernando Gonçalves, gerente do IPCA.

O segundo maior impacto no índice veio do grupo Saúde e cuidados pessoais, com alta de 1,18%, puxado principalmente pelo aumento de 2,32% nos preços de produtos farmacêuticos. O avanço é reflexo do reajuste autorizado de até 5,09% nos medicamentos a partir de 31 de março.

Por outro lado, o grupo Transportes apresentou queda de 0,38%, após alta de 0,46% em março. O recuo foi impulsionado pelas passagens aéreas (-14,15%) e combustíveis (-0,45%).

A inflação de serviços também desacelerou, passando de 0,62% em março para 0,20% em abril, acumulando alta de 6,03% nos últimos 12 meses — com destaque novamente para a queda nas tarifas aéreas.

O cenário segue desafiador, marcado por um mercado de trabalho aquecido, pressão cambial e incertezas externas, como medidas tarifárias adotadas pelos Estados Unidos. Em resposta à persistência inflacionária, o Banco Central elevou a taxa básica de juros Selic para 14,75% ao ano, e sinalizou a possibilidade de manter juros altos por mais tempo, dependendo da evolução dos indicadores econômicos.

A expectativa do mercado, segundo o boletim Focus, é de que a inflação encerre 2025 em 5,53%, com a Selic mantida no atual patamar. Com informações CNN Brasil




PORTAL DO CONESUL
NAVIRAÍ MS
CNPJ: 44.118.036/0001-40
E-MAIL: portaldoconesul@hotmail.com
Siga-nos nas redes sociais: