Brasil atinge IDH elevado e sobe no ranking da ONU

O Brasil avançou cinco posições no ranking mundial do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), divulgado nesta terça-feira (6) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com base em dados de 2023. O país passou de 0,760 para 0,786 no índice, considerado alto pela ONU, e agora ocupa o 84º lugar entre 193 nações.

Apesar da melhora, o Brasil ainda está atrás de países com nível de desenvolvimento semelhante, como México (81º), China (78º), Irã (75º) e Rússia (64º). O avanço brasileiro foi puxado principalmente pelo aumento da expectativa de vida e do PIB per capita. Já o acesso à educação teve uma evolução mais modesta.

No cenário internacional, o relatório aponta uma desaceleração preocupante no progresso do desenvolvimento humano. O crescimento do IDH global projetado para 2024 é o mais fraco desde 1990, com exceção dos anos de retrocesso causados pela pandemia de covid-19.

"O lento avanço pode comprometer as metas de desenvolvimento até 2030, tornando o mundo mais vulnerável e desigual", alertou Achim Steiner, administrador do PNUD.

As desigualdades entre países com IDH muito alto e os de IDH baixo aumentaram pelo quarto ano seguido, rompendo uma tendência de redução das disparidades. Tensões comerciais e crises de dívida têm afetado especialmente as economias mais frágeis, segundo o relatório, embora não haja menções diretas a governos.

Outro ponto abordado é o fenômeno da industrialização sem geração de empregos, que limita o impacto positivo do crescimento econômico em diversas regiões.

IA desperta otimismo, mas exige preparo

Apesar do cenário desafiador, o relatório vê na inteligência artificial (IA) uma oportunidade para impulsionar o desenvolvimento. Uma pesquisa global realizada pelo PNUD com mais de 21 mil pessoas em 21 países mostra que, embora metade dos entrevistados acredite que seus empregos podem ser automatizados, 60% veem essa transformação como positiva.

Nos países com IDH baixo e médio, 70% apostam que a IA aumentará a produtividade. No entanto, 13% demonstram preocupação com a possível eliminação de empregos.

Para que os benefícios da IA sejam bem distribuídos, o PNUD propõe a construção de uma “economia de complementaridade”, na qual a tecnologia atue como aliada dos trabalhadores. A agência também recomenda a modernização dos sistemas de educação e saúde, com foco nas novas demandas do século 21, e reforça a importância de incorporar valores humanos no desenvolvimento e uso da IA. Com informações Terra