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Fertilizantes funcionais: a chave para proteger as lavouras do estresse climático

Pesquisa revela que o uso de compostos inovadores aumenta a resistência das plantas e melhora os rendimentos.
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O fortalecimento das plantas com fertilizantes funcionais é uma estratégia eficaz para enfrentar os desafios impostos pelas variações climáticas. Foto: Soja Brasil Por: Editorial | 29/04/2025 10:10

A crescente perda de produtividade agrícola causada pelo estresse climático tem impulsionado, no Brasil e no mundo, o uso de fertilizantes funcionais. Esses produtos visam fortalecer as plantas contra condições adversas, como temperaturas extremas, promovendo maior tolerância e preservando a produção mesmo em ambientes desfavoráveis.

Soluções inovadoras em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) têm surgido para enfrentar o problema. Entre elas estão tratamentos preventivos com compostos como selênio e xisto, que auxiliam no armazenamento de água pelas plantas, tornando-as mais resistentes a períodos de seca ou frio intenso.

Nos últimos 20 anos, os estresses climáticos foram responsáveis por quase 40% das perdas de produtividade agrícola no Brasil. Segundo o engenheiro agrônomo Mário Cunha, diretor de PD&I da Unity Agro, o estresse climático é o fator que mais impacta a agricultura moderna — à frente de pragas, doenças, plantas daninhas e até deficiências nutricionais. Ele destaca que, globalmente, a seca causa mais prejuízos à produtividade das lavouras do que todos os patógenos somados.

Essa visão é compartilhada pelo professor da Universidade Estadual do Piauí, Fabrício Custódio de Moura Gonçalves. Em artigo publicado na revista Campo & Negócios (jan/2023), o agrônomo e biólogo explica que o estresse é uma resposta das plantas a condições ambientais desfavoráveis, podendo causar perdas de até 65% no potencial produtivo. Na soja, por exemplo, estudos com selênio indicam que o elemento melhora o metabolismo, eleva os níveis de clorofila, combate radicais livres e ativa enzimas — efeitos que fortalecem as plantas e otimizam a absorção de nutrientes, favorecendo o rendimento da safra.

Pesquisa divulgada pelo Journal of Soil Science and Plant Nutrition (jan/2023) reforça esses achados, apontando que o selênio estimula o crescimento das plantas, aumenta a massa seca das raízes e melhora a fixação biológica do nitrogênio. O estudo, conduzido por pesquisadores da Unesp, sugere que o uso do elemento pode ampliar a tolerância ao estresse abiótico, relacionado a fatores como escassez de água e variações de temperatura.

Sobre os efeitos climáticos, o meteorologista Luiz Renato Lazinski, do INMET, alerta que as oscilações fazem parte dos ciclos naturais da Terra, mas que a intervenção humana tem intensificado os extremos de temperatura e precipitação. Ele explica que a atual transição de uma fraca La Niña para uma condição de neutralidade climática tende a favorecer o Centro-Oeste e o Matopiba, mas pode prejudicar o Sul do país. “Diante de amplitudes térmicas e excessos de frio, calor e chuvas, a agricultura precisa adotar estratégias preventivas para mitigar os impactos do clima”, ressalta.

O agrônomo Leori Hermann, CEO da Unity Agro, acrescenta que lavouras bem nutridas sofrem menos com os efeitos das adversidades climáticas. Dados de pesquisas realizadas na última safra mostram que, em áreas de soja tratadas com fertilizantes à base de selênio, houve redução de perdas por estresse hídrico de 21% no Tocantins e 11% em Goiás, na região do Cerrado. Com informações Canal Rural.




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