Na madrugada desta quinta-feira (24), uma onça-pintada macho foi capturada nas proximidades do pesqueiro Touro Morto, no Pantanal, local onde o caseiro Jorge Ávalos, de 60 anos, foi atacado e morto no início da semana. Com aproximadamente 94 quilos, o felino foi encaminhado ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), em Campo Grande (MS), onde passará por avaliação especializada.
A captura foi realizada por equipes da Polícia Militar Ambiental, com o apoio de pesquisadores e especialistas em fauna silvestre, que atuavam desde a última segunda-feira (21) na busca pelo animal. O local do Cras foi isolado para garantir a segurança, e apenas pessoas autorizadas têm acesso ao felino.
O professor Geanderson Araújo, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), acompanhou a operação e destacou o estado debilitado da onça. “Ela está muito magra. Agora, precisamos avaliar os próximos passos”, afirmou o pesquisador.
A identificação de que se trata de um macho surpreendeu os envolvidos, já que, inicialmente, se acreditava que o animal agressor fosse uma fêmea. A análise detalhada será essencial para entender o que motivou o ataque, considerado um comportamento incomum entre onças-pintadas.
Jorge Ávalos trabalhava havia cerca de 20 anos no pesqueiro Touro Morto. Ele foi atacado por volta das 5h30 da manhã da última segunda-feira, e seu desaparecimento foi notado pouco depois por um piloteiro amigo, que encontrou vestígios de sangue e vísceras no deck e no caminho em direção ao rio. Parte do corpo da vítima foi localizada no dia seguinte, a cerca de 250 metros do local, em um corixo.
Durante as buscas, equipes chegaram a ser atacadas por uma onça, mas o animal fugiu. Na madrugada de quarta-feira (23), o felino retornou ao pesqueiro, invadiu a cozinha e revirou o local, o que reforçou a urgência na captura.
Com armadilhas montadas e o reforço das equipes, a onça foi finalmente capturada. Agora, além dos exames clínicos, pesquisadores pretendem monitorar o animal para entender seu comportamento e prevenir novos ataques. Especialistas reforçam que situações como essa, em que onças atacam humanos como presa, são extremamente raras.