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Cientistas detectam possíveis sinais de vida em planeta fora do sistema solar

Análise do telescópio James Webb encontrou gases biológicos em K2-18 b, um exoplaneta que pode abrigar formas de vida microscópica.
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Ilustração do planeta K2-18b, um mundo distante que pode abrigar vida. — Foto: Divulgação Por: Editorial | 17/04/2025 14:36

Com a ajuda do telescópio espacial James Webb, cientistas fizeram uma descoberta que pode transformar a busca por vida fora da Terra. Pela primeira vez, foram detectados na atmosfera de um planeta fora do sistema solar gases que, aqui na Terra, são produzidos exclusivamente por organismos vivos.

Segundo os pesquisadores, esses são os sinais mais promissores até agora de possível atividade biológica em outro mundo.

O que foi descoberto exatamente?

A equipe científica identificou na atmosfera do planeta K2-18 b a presença dos gases dimetil sulfeto (DMS) e dissulfeto de dimetila (DMDS), substâncias que na Terra são geradas apenas por seres vivos — principalmente por algas marinhas, como o fitoplâncton.

Quem liderou a pesquisa?

O estudo foi conduzido por cientistas da Universidade de Cambridge, nos Estados Unidos, sob liderança do astrônomo Nikku Madhusudhan. Os resultados foram publicados na revista científica Astrophysical Journal.

Isso significa que existe vida fora da Terra?

Ainda não é possível afirmar com certeza. A presença desses gases é um forte indício, uma possível bioassinatura — ou seja, um sinal de que pode haver atividade biológica. Mas os cientistas reforçam que não estão anunciando a descoberta de vida alienígena, apenas uma evidência promissora que precisa ser investigada com mais profundidade.

“São os primeiros sinais de um mundo alienígena possivelmente habitado”, declarou Madhusudhan. Se existir vida por lá, ela seria provavelmente microbiana e parecida com a dos oceanos da Terra.

A descoberta é definitiva?

Não. Os próprios cientistas admitem que novas observações são essenciais. O sinal precisa ser confirmado em mais duas ou três ocasiões para reduzir a margem de erro. Além disso, é necessário descartar qualquer possibilidade de que esses gases tenham origem em processos não biológicos.

Houve outras descobertas relevantes sobre esse planeta?

Sim. Em análises anteriores, o telescópio Webb já havia detectado metano e dióxido de carbono na atmosfera do K2-18 b — moléculas fundamentais para a vida como conhecemos. Essa foi a primeira vez que compostos de carbono foram encontrados na atmosfera de um planeta na chamada “zona habitável” de sua estrela.

Podemos um dia habitar esse planeta?

Ainda é cedo para pensar nisso. Por enquanto, o que se tem são indícios de que o planeta pode abrigar vida microscópica. Antes de pensar em colonização, é preciso confirmar se há realmente vida ali e entender as condições do ambiente.

Como é o planeta K2-18 b?

Esse exoplaneta é classificado como um “sub-Netuno”, sendo 8,6 vezes mais massivo que a Terra e com diâmetro 2,6 vezes maior. Ele orbita uma estrela anã vermelha localizada a cerca de 124 anos-luz da Terra, na constelação de Leão.

K2-18 b fica na “zona habitável” da estrela — uma região onde a temperatura permite a existência de água líquida. Os cientistas acreditam que ele pode ser um “mundo hycean”: coberto por oceanos quentes e com atmosfera rica em hidrogênio, um ambiente possivelmente favorável a formas de vida microbiana.

A importância do telescópio Webb

Lançado em 2021 e em operação desde 2022, o James Webb tem revolucionado a astronomia. Ele utiliza o chamado método de trânsito, analisando a luz das estrelas quando um planeta passa à sua frente, o que permite identificar os gases presentes na atmosfera do exoplaneta.

As observações mais recentes foram feitas com um instrumento diferente do usado anteriormente, em uma nova faixa de luz, justamente para confirmar os sinais suspeitos de DMS e DMDS.

E agora?

Os próximos passos envolvem novas observações e estudos. Embora as chances de erro estatístico sejam pequenas (0,3%), os cientistas preferem manter a cautela. Segundo Madhusudhan, “é um grande ‘se’ os dados estarem realmente apontando para vida. E ninguém quer anunciar isso de forma precipitada.”

Mesmo assim, é uma descoberta animadora. Pela primeira vez, talvez estejamos próximos de responder à pergunta que a humanidade faz há séculos: estamos sozinhos no universo? Com informações G1.


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