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Harvard enfrenta corte de US$ 2 bilhões após resistir às exigências de Trump

A universidade se posiciona contra as mudanças solicitadas pelo governo, incluindo programas de diversidade e inclusão.
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Um dos portões de entrada para o campus de Harvard — Foto: Bloomberg Por: Editorial | 15/04/2025 08:45

O governo de Donald Trump cumpriu sua ameaça de cortar o financiamento federal à Universidade Harvard na noite desta segunda-feira, poucas horas após a instituição se recusar a aceitar uma série de novas exigências impostas pelo governo.

Entenda: A pressão de Trump sobre as universidades e o impacto na fuga de cérebros Contexto: Aumenta a pressão financeira de Trump sobre as universidades e as ameaças à liberdade acadêmica A Casa Branca bloqueou US$ 2 bilhões em subsídios plurianuais destinados à Harvard, conforme informações do Grupo de Trabalho Conjunto para Combater o Antissemitismo. No mês passado, a Casa Branca anunciou que estava avaliando até US$ 9 bilhões em subsídios e contratos federais no âmbito de seus esforços para combater o antissemitismo nas universidades dos EUA.

O risco para Harvard aumentou no fim da semana passada, quando o Departamento de Educação e outras agências enviaram uma carta exigindo várias mudanças, incluindo o fim de programas de diversidade, equidade e inclusão, a proibição de atletas transgêneros competirem em equipes femininas, a reestruturação da governança universitária, além de ajustes em departamentos que, segundo o governo, “alimentam o assédio antissemita” e promovem uma “captura ideológica”. O governo também exigiu mudanças em programas com “evidente histórico de antissemitismo” e relatórios trimestrais até 2028.

Harvard, que possui um fundo patrimonial de US$ 53 bilhões, respondeu com uma carta desafiadora nesta segunda-feira, reafirmando seu compromisso com a independência e os direitos constitucionais. “Nem Harvard nem qualquer outra universidade privada pode ser controlada pelo governo federal”, afirmou a universidade em comunicado.

Análise: O embate de Trump contra as universidades Alan Garber, presidente de Harvard, criticou a postura do governo, afirmando que as exigências “demonstram claramente que a intenção não é colaborar conosco de forma construtiva para combater o antissemitismo”.

Essa recusa marcou a primeira resistência aberta de uma universidade de prestígio às pressões do governo Trump, que tem intensificado suas ações contra instituições de ensino superior nos Estados Unidos. A Universidade Columbia, epicentro dos protestos pró-palestinos no ano passado, foi o primeiro alvo, com um corte de US$ 400 milhões (cerca de R$ 2 bilhões) em financiamento federal, incluindo bolsas de pesquisa.

“A declaração de Harvard reforça a preocupante mentalidade de direito que prevalece nas universidades mais prestigiadas do país — a ideia de que o investimento federal não implica a responsabilidade de cumprir as leis de direitos civis”, afirmou a força-tarefa do governo encarregada de revisar os contratos federais com a universidade.

As exigências feitas a Harvard foram mais rigorosas do que as da Universidade Columbia, que cedeu às pressões após o governo anunciar o corte de US$ 400 milhões. A universidade então concordou em proibir o uso de máscaras, expandir os poderes da polícia do campus e nomear um vice-reitor sênior para supervisionar o departamento de Estudos do Oriente Médio, Sul da Ásia e África.

Em Cambridge, Harvard enfrenta pressões crescentes da comunidade para resistir às exigências. O Washington Post informou sobre protestos quase diários, e o jornal estudantil Harvard Crimson publicou um editorial afirmando: “Harvard deveria unir-se a outras universidades para enfrentar os ataques incessantes do governo Trump ao ensino superior”. Com informações O Globo.




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