O deputado bolsonarista Marcos Pollon (PL-MS) solicitou, nesta terça-feira (19), a retirada e o arquivamento do projeto de lei que havia proposto na semana anterior, o PL 862/2025, que visava acabar com a obrigatoriedade da mistura de biocombustíveis nos derivados fósseis.
Integrante da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Pollon apresentou o requerimento uma semana após a apresentação do projeto, que gerou grande polêmica entre os produtores rurais, fabricantes de biocombustíveis e deputados da bancada ruralista. A proposta previa liberar postos de combustíveis para comercializarem gasolina sem etanol anidro e diesel sem biodiesel, com o argumento de aumentar a concorrência no mercado de combustíveis e atender à demanda de consumidores que preferem usar apenas os derivados fósseis.
A proposição foi apelidada de “anti-Combustível do Futuro” e enfrentou uma forte oposição do setor, em especial de quem defende o aumento do uso de biocombustíveis no Brasil, especialmente em um momento em que o governo federal avançava para aumentar a mistura do etanol anidro na gasolina dos atuais 27% para 30%. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, já havia anunciado que testes realizados pelo Instituto Mauá de Tecnologia deram aval para o aumento da mistura, aguardando agora a decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
Nos últimos dias, membros do setor produtivo conversaram com Pollon, buscando convencê-lo a desistir do projeto. A retirada foi comemorada pelo setor privado. Amaury Pekelman, presidente da Associação de Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul), destacou a importância da decisão. “Foi importante ele ter revisto o projeto pelas questões ambientais e pela importância do setor para o Estado dele e para o Brasil. Quem ganha é todo mundo”, afirmou. (Com informações Globo Rural)