A Nestlé, maior fabricante de chocolates do mundo, segue otimista em relação à demanda por cacau, apesar do aumento expressivo nos preços nos últimos dois anos. Liberato Milo, líder global de chocolates da empresa, afirmou que a demanda por chocolate continua resiliente, especialmente no sudeste asiático, onde o consumo cresce anualmente a dois dígitos. Embora o preço do cacau tenha caído de US$ 12.565 por tonelada em dezembro para US$ 8.000, a Nestlé acredita que a demanda global seguirá em alta, impulsionada por esse crescimento no consumo, especialmente na região com 3 bilhões de pessoas.
Apesar de desafios como a alta nos preços do cacau, que afetou a margem de lucro da Nestlé, a empresa tem adotado estratégias para minimizar o impacto nos consumidores. A Nestlé focou na inovação e na busca por eficiências na cadeia de produção e distribuição. No balanço de 2024, a Nestlé observou um aumento de 5,7% nas vendas de chocolate, o que demonstra a resiliência do mercado, mesmo com a inflação dos alimentos e o aumento do preço do cacau.
O sudeste asiático não é a única região que sustenta a demanda. A Nestlé também observa uma resistência similar em outras partes do mundo, como na América Latina. No Brasil, a empresa investe em estratégias para melhorar a produtividade dos produtores de cacau. Por meio do Nestlé Cocoa Plan, a Nestlé oferece incentivos a produtores para práticas agrícolas sustentáveis, incluindo a poda correta das árvores. Esses investimentos já resultaram em um aumento de 59% na produtividade dos cacaueiros no Brasil, com projeções de alcançar 650 quilos por hectare até 2025.
Além de apostar na melhoria da produtividade, a Nestlé também planeja ampliar a área de cultivo de cacau em outros países produtores da Linha do Equador, como Indonésia e Equador. O aumento da oferta global de cacau é visto como fundamental para atender ao crescente consumo mundial, que deve continuar em alta nos próximos anos, mantendo a estabilidade do mercado de chocolates no longo prazo. (Com informações da Globo Rural)