Preços do café podem subir ainda mais em 2025, alerta FAO

Os preços globais do café, que já subiram 38,8% em 2024, podem enfrentar novos aumentos em 2025 devido à redução da oferta nas principais regiões produtoras, como Brasil, Vietnã e Indonésia, alerta a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). A escassez é provocada principalmente por problemas climáticos, o que já gera receios entre exportadores quanto à disponibilidade do produto no mercado global.

Apesar da isenção de alíquota para a importação do café, que entrou em vigor nesta sexta-feira (14), a indústria brasileira não acredita que essa medida vá impactar a alta atual no Brasil. A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) ressaltou que a busca por alternativas para amenizar o impacto da inflação não é novidade e já havia sido adotada anteriormente, como em 2022, durante a pandemia, sem gerar mudanças significativas no mercado.

O aumento no preço do café resulta de uma combinação de fatores globais. Desde 2020, tanto a produção nacional quanto a internacional têm sido afetadas por questões climáticas, aumento da demanda global, tensões geopolíticas e o aumento dos custos de produção. A FAO destaca que, no Vietnã, a falta prolongada de chuvas resultou em uma redução de 20% na produção da safra 2023/24, enquanto na Indonésia, as chuvas excessivas danificaram as plantações, causando uma queda de 16,5% na produção. No Brasil, o maior produtor e exportador de café, o clima seco e quente gerou uma quebra de 1,6% na safra 2023/24, com incertezas quanto à próxima colheita.

Além disso, o aumento nos custos de transporte marítimo tem contribuído para a alta global dos preços do grão. Em dezembro de 2024, os preços mais altos foram refletidos em um aumento de 6,6% nos Estados Unidos e 3,75% na União Europeia em comparação com 2023. No Brasil, o café moído registrou alta de 20,25% no primeiro bimestre de 2025, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

As vendas do ciclo 2024/25 no Brasil atingiram 93% da safra, de acordo com a consultoria Safras & Mercado, antecipando-se ao ritmo dos últimos anos. Esse movimento é impulsionado pelos preços recordes do café, que também superam a média dos últimos cinco anos.  (Com informações Globo Rural)