A crise da inflação dos ovos nos Estados Unidos, agravada pela disseminação da gripe aviária no país, deve provocar um significativo aumento nas exportações brasileiras de ovos. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) prevê que as exportações brasileiras crescerão 62% em 2024, alcançando 30 mil toneladas.
Embora o aumento seja expressivo, as exportações brasileiras de ovos ainda representarão menos de 1% da produção nacional. Em 2023, o Brasil exportou 18,4 mil toneladas, o que corresponde a apenas 0,86% da produção total de ovos no país.
Ricardo Santin, presidente da ABPA, destacou que o aumento projetado é considerável, mas a base ainda é baixa, refletindo a pequena parcela da produção nacional destinada ao mercado externo. Ele explicou que os ovos exportados para os EUA são processados antes de serem consumidos, sendo enviados para empresas que produzem ovo líquido ou ovo em pó, usados principalmente em fábricas de massas, pães e biscoitos.
A crise de preços nos EUA gerou uma investigação por parte do Departamento de Justiça americano, que avalia se práticas anticompetitivas podem ter contribuído para a alta nos preços. Além dos Estados Unidos, países como os Emirados Árabes e Angola também estão aumentando a demanda pelo ovo brasileiro.
A produção de ovos no Brasil deverá crescer 2,4% em 2025, atingindo 59 bilhões de unidades. Embora o preço do ovo tenha subido também no Brasil, a ABPA espera que o consumo per capita continue aumentando, projetando que cada brasileiro consuma 272 ovos em 2025, um aumento de 1,1% em relação ao ano anterior. (Com informações Globo Rural)