Rota Bioceânica de Porto Murtinho promete revolucionar o escoamento de mercadorias

Mato Grosso do Sul avança na implementação dos projetos aduaneiro e de segurança para a Rota Bioceânica, uma infraestrutura que promete transformar o escoamento de mercadorias entre o Estado, o Paraguai, a Argentina e o Chile. O corredor bioceânico, que liga o Atlântico ao Pacífico, está em fase de estruturação, com a construção da ponte em Porto Murtinho, e a expectativa é reduzir em até 90% o tempo de espera nos processos de importação e exportação.

Atualmente, a entrada e saída de mercadorias entre o Brasil e o Paraguai são realizadas em Ponta Porã, onde já se registraram longos períodos de espera, com caminhões aguardando até 20 dias para concluir o trâmite. Com a Rota Bioceânica, a previsão é que esse intervalo seja reduzido para, no máximo, dois dias, facilitando o acesso aos mercados asiáticos.

De acordo com o professor de direito aduaneiro da UEMS, Lúcio Flávio Sunakozawa, a implementação de um modelo para a operação do sistema está sendo discutida com os países vizinhos, com destaque para o Paraguai, Argentina e Chile. Ele também destacou a importância da participação do Governo Federal nas negociações, para garantir a redução dos tempos de fiscalização e o uso de tecnologias avançadas, como inteligência artificial e sistemas de controle digital.

Em paralelo, um Centro Integrado de Controle de Fronteira será construído para aumentar a segurança ao longo da Rota Bioceânica. O objetivo é coibir práticas criminosas e garantir um fluxo seguro de pessoas e mercadorias. Investimentos em tecnologias de controle, como reconhecimento facial e câmeras de leitores de placa, serão fundamentais para o sucesso do projeto.