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Hoje é Segunda-feira, 10 de Novembro de 2025.
A implantação do Corredor Bioceânico promete transformar a logística de exportação de Mato Grosso do Sul, reduzindo custos e encurtando distâncias para mercados estratégicos, como os países asiáticos e sul-americanos. O novo trajeto deve ampliar a competitividade do setor frigorífico estadual, especialmente no envio de carne bovina para o Chile, o Peru e outras nações.
Atualmente, Mato Grosso do Sul exporta 360 mil toneladas de carne bovina ao Chile, utilizando rotas longas e fragmentadas. O novo corredor logístico encurtará o percurso ao passar por Porto Murtinho, Carmelo Peralta (Paraguai) e Argentina, até chegar ao Chile. Caso o destino seja o mercado asiático, a carga seguirá até os portos chilenos de Antofagasta ou Iquique, alcançando o Oceano Pacífico. Segundo Sérgio Capucci, vice-diretor do Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados do Estado (Sicadems), a Rota Bioceânica permitirá ampliar as exportações para Chile e Peru, mas a viabilidade econômica de outros mercados dependerá dos custos logísticos.
O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Cargas de Mato Grosso do Sul (SETCEMS), Cláudio Cavol, destaca que a exportação para o norte do Chile é, atualmente, insignificante devido às limitações logísticas. Com o novo corredor, essa realidade mudará. No entanto, ele aponta desafios, como a demora nos trâmites aduaneiros e a necessidade de capacitação dos motoristas para o transporte internacional. Para suprir essa demanda, a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) formou a primeira turma de profissionais de logística para atuar na nova rota.
A infraestrutura das rodovias nos quatro países envolvidos também é um fator essencial. Melhorias em sinalização, postos de abastecimento e suporte logístico serão fundamentais para garantir a eficiência do trajeto. Se essas questões forem solucionadas, a expectativa é que o fluxo de transporte cresça de 5% a 10% ao ano, impulsionando o PIB estadual e consolidando Mato Grosso do Sul como um importante corredor de exportação.
Atualmente, produtos brasileiros levam 54 dias e percorrem mais de 24 mil quilômetros até Xangai, via Canal do Panamá. Com a nova rota, essa distância será reduzida em 5.479 quilômetros e 12 dias. O governador Eduardo Riedel enfatiza que a Rota Bioceânica está se tornando uma realidade e consolidará Mato Grosso do Sul como um hub logístico estratégico, facilitando o comércio entre o Centro-Oeste brasileiro e o Pacífico.
