Cassilândia, município localizado no Estado de Mato Grosso do Sul, tem se destacado como o novo polo da citricultura regional. Este ano, a cidade deve plantar 3,2 mil hectares de laranja, somando-se aos 800 hectares já cultivados na região. A expectativa para o futuro próximo é que o Estado atinja a marca de 30 mil hectares dedicados à citricultura, consolidando-se como um grande produtor nacional de laranjas.
O governo estadual está se preparando para receber e impulsionar essa nova cultura, criando legislações e ações específicas. Jaime Verruck, titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semadesc), destaca que o Estado planeja a industrialização da cadeia produtiva assim que o número de hectares plantados se aproximar de 25 mil. Verruck explica que o clima favorável, solos adequados e a adoção de sistemas de irrigação prometem altos investimentos e elevada produtividade, além de uma migração de produtores paulistas devido ao avanço da doença do greening, que tem afetado a produção no estado de São Paulo.
Além de Cassilândia, o cultivo de laranja já está em andamento em diversas outras cidades de Mato Grosso do Sul, incluindo Campo Grande, Dois Irmãos do Buriti, Sidrolândia, Três Lagoas e Chapadão do Sul. A citricultura é vista como uma oportunidade de desenvolvimento econômico e sustentável, especialmente com a busca pela industrialização local do suco de laranja. A previsão é que a primeira safra de laranja aconteça três anos após o plantio, com a estabilização da produção ocorrendo após cinco anos.
A doença do greening, que ameaça a citricultura mundial, também foi um ponto discutido nas reuniões sobre o avanço da citricultura em Cassilândia. Karla Nadai, coordenadora de Citricultura da Semadesc, ressaltou a importância de plantar apenas mudas certificadas e livres de contaminação. A conscientização contra o risco da doença, que é transmitida pelo inseto psilídeo, foi enfatizada, além da proibição da venda de mudas de ambulantes e a erradicação da murta, planta hospedeira do psilídeo.
Rodrigo de Freitas, prefeito de Cassilândia, reforçou a relevância da colaboração entre o município, o Estado e empresas privadas para consolidar a cidade como exemplo de desenvolvimento sustentável na citricultura. Verruck também destacou a geração de empregos locais, com a citricultura sendo altamente demandante de mão de obra.