O setor de máquinas agrícolas, que viveu uma fase de expansão no início da década, enfrenta dificuldades pelo segundo ano consecutivo. Após atingir o pico de mais de 70 mil unidades vendidas em 2022, entre tratores de roda e colheitadeiras de grãos, as vendas caíram para 48,9 mil unidades no atacado em 2024, o que representa uma queda de quase 20% em relação ao ano anterior. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (23) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA).
A redução da safra de grãos, a queda nos preços das commodities e a limitação nas condições das linhas de financiamento são alguns dos principais fatores que explicam o desempenho negativo do setor. O segmento de colheitadeiras foi o mais afetado, enquanto os tratores registraram uma queda menos acentuada. Para 2025, as perspectivas para o setor não são animadoras, com poucas expectativas de mudança significativa no volume de vendas, a não ser que haja uma política de apoio consistente, como a ampliação do Plano Safra.
Exportações e importações em destaque
As exportações também sofreram um impacto negativo, com uma redução de 31% no último ano, totalizando apenas 6 mil unidades enviadas ao exterior. No entanto, a ANFAVEA prevê um crescimento modesto de 1% para 2025.
Por outro lado, as importações de máquinas agrícolas mostraram um aumento significativo, resultando em um déficit na balança comercial desde 2023. O déficit dobrou em 2024, com um destaque para as máquinas oriundas da China, que agora representam 55% do total importado, e da Índia, com 26%.
Márcio de Lima Leite, presidente da ANFAVEA, expressou sua preocupação com o impacto do crescimento das importações, especialmente nas compras públicas. “Isso prejudica o nível de emprego no Brasil, a competitividade das nossas empresas, a inovação e o atendimento aos clientes, que enfrentam dificuldades com a falta de assistência técnica. O resumo é que todos no país saem perdendo”, afirmou. (Com informações CenárioMT)