O segundo mandato de Donald Trump trouxe novas incertezas para o agronegócio brasileiro. Analistas indicam que as mudanças nas tarifas comerciais, especialmente com China, México e Canadá, podem afetar o comércio global e, consequentemente, as exportações brasileiras. Embora a aplicação das novas tarifas ainda não tenha sido definida, existe a possibilidade de que o Brasil seja afetado indiretamente, especialmente devido à relação com o mercado chinês.
Marcos Jank, coordenador do Insper Agro Global, ressalta que Trump pode adotar uma estratégia semelhante à de 2017, com tarifas altas para certos países, o que abriu portas para o Brasil ampliar suas exportações de soja para a China. No entanto, também existe a possibilidade de que o governo dos EUA aposte em negociações bilaterais, sem afetar o comércio global de maneira tão ampla.
Especialistas como Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil nos EUA, acreditam que o Brasil, como grande exportador para a China, pode ser impactado indiretamente pelas possíveis medidas tarifárias dos EUA. Porém, o impacto direto no agronegócio brasileiro não é esperado neste momento, considerando que o país tem canais de comercialização independentes.
Além das tarifas, a decisão de Trump de retirar os EUA do Acordo de Paris aumenta a pressão sobre o Brasil em questões ambientais. Com a organização da COP 30 prevista para o final deste ano, o Brasil precisará traçar uma estratégia pragmática para lidar com as novas dinâmicas ambientais internacionais, sem depender exclusivamente de alinhamentos ideológicos com outros países. (Informações Globo Rural)