O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, manifestou nesta sexta-feira (17) sua preocupação com o crescimento da dívida pública do Brasil. Em entrevista à CNN Brasil, o chefe da equipe econômica reconheceu o impacto das projeções feitas pelo mercado sobre o crescimento do país e as contas públicas, destacando que, muitas vezes, essas previsões não se concretizam. Haddad afirmou que o Ministério da Fazenda está focado em tomar medidas fiscais estruturais para controlar a trajetória da dívida.
Essa declaração ocorre em meio a um cenário de preocupação entre analistas econômicos sobre as contas públicas do país. O Brasil deverá registrar o segundo maior déficit nominal do mundo em 2025, superado apenas pela Bolívia, de acordo com o BTG Pactual. A aprovação do pacote de contenção de gastos pelo Congresso no final de 2024, que promete economizar R$ 68 bilhões em dois anos, foi considerada insuficiente pelo mercado para estabilizar a dívida. A incerteza sobre a sustentabilidade fiscal do país também tem impactado a cotação do dólar, que ultrapassou a marca dos R$ 6.
Em relação ao câmbio, Haddad enfatizou que a flutuação da moeda é natural, mas apontou um patamar que considera "caro" para a moeda estrangeira. "Acima de R$ 5,70 é caro", afirmou, destacando que, em sua opinião, o valor do dólar não deveria ultrapassar esse valor. O ministro também lembrou que a cotação do dólar depende de uma série de variáveis, tanto internas quanto externas, e que as previsões sobre o câmbio são incertas, como já demonstrado pela inesperada queda do dólar para R$ 4,70 no início de 2023, quando ele assumiu o cargo. (Com informações O Globo)