A JBS deu início às suas emissões de dívida no mercado externo em 2025, captando US$ 1,75 bilhão por meio de suas subsidiárias estrangeiras. A emissão foi realizada com bônus que vencem em 10 e 30 anos, e os recursos captados serão direcionados para fins corporativos gerais, incluindo o pagamento de dívidas existentes.
Apesar do aumento da instabilidade no cenário macroeconômico, os bancos de investimento mantêm expectativas positivas para a temporada de captação de 2025. Historicamente, este período costuma ser um dos mais movimentados, devido ao apetite elevado dos investidores. Embora a variação do dólar possa influenciar o tamanho das operações, especialistas ouvidos pelo Valor indicam que os planos das empresas permanecem inalterados.
No ano passado, a captação de empresas brasileiras no mercado externo somou cerca de US$ 21 bilhões, superando os US$ 16,1 bilhões registrados em 2023. Em dezembro de 2024, a piora das expectativas econômicas afetou o humor dos investidores locais e impactou os preços das dívidas das empresas brasileiras no exterior. No entanto, recentemente, os spreads têm se recuperado, o que deve incentivar as empresas a retomarem os planos de captação em janeiro, de acordo com Caio de Luca Simões, chefe do mercado de dívida do Bank of America (BofA) no Brasil.
No caso da JBS, as taxas de juros ficaram abaixo do previsto inicialmente. Do total captado, US$ 1 bilhão foi emitido com vencimento em 10 anos, yield de 5,974% e cupom de 5,95%. Os US$ 750 milhões restantes foram emitidos com vencimento em 30 anos, yield de 6,485% e cupom de 6,375%. A captação foi conduzida pela JBS USA Food Company e pela JBS USA Foods Group Holdings.
Em setembro de 2023, a JBS já havia captado US$ 2,5 bilhões com bonds com os mesmos prazos de 10 e 30 anos. Naquela ocasião, a oferta foi a maior realizada por uma empresa brasileira desde 2017, de acordo com a Anbima.
A Fitch atribuiu à emissão da JBS a nota “BBB-”, destacando o "forte perfil empresarial" da companhia, a estrutura de amortização favorável, a expectativa de fluxo de caixa livre positivo e a redução gradual da alavancagem nos próximos dois anos. A agência prevê que a alavancagem líquida da JBS caia para cerca de 2,2 vezes no final de 2024 e 2,1 vezes no final de 2025, devido à melhora operacional.
A operação de emissão da JBS contou com a participação de BB Securities, BBVA, BMO Capital Markets, Bradesco BBI, BTG Pactual, Citi, Mizuho, RBC e Santander. (Informações Globo Rural)