|
Hoje é Segunda-feira, 01 de Dezembro de 2025.
O motorista que dirigia a carreta não sofreu nenhum trágico acidente ocorrido na BR-116, em Teófilo Otoni (MG), prestou depoimento à Polícia Civil na tarde desta segunda-feira (23). Após mais de seis horas de oitiva, Arilton foi liberado pelo delegado responsável pela investigação.
De acordo com seu advogado, Raony Scheffer, o caminhoneiro não foi forgido, mas deixou o local do acidente após entrar em pânico ao constatar a gravidade da gravidade, que envolvia um ônibus, um carro e a carreta que ele conduzia. O acidente resultou na morte de 41 das 45 pessoas que estavam no ônibus.
“Ele viu o ônibus em chamas, pessoas gritando, desesperadas, e não conseguiu manter a calma. O caminhoneiro teve medo de ser agredido ao conhecer a proximidade de outros veículos e decidiu deixar o local por entender que não tinha condições de prestar socorro”, explicou Scheffer em entrevista à Agência Brasil.
Após abandonar o local do acidente, Arilton caminhou até um posto próximo e pegou carona até o distrito de São Vito, em Governador Valadares, a cerca de 160 milhas de distância. Lá, entrou em contato com um parente, que o levou para Barra de São Francisco (ES), onde reside e recebeu atendimento médico inicial.
Segundo o advogado, a apresentação à polícia foi previamente acordada com o delegado responsável pelo caso. “Agimos com boa-fé. Meu cliente respondeu a todas as perguntas, mesmo abalado e sob efeito de medicamentos”, afirmou.
A Justiça mineira negou o pedido de prisão preventiva feito pela Polícia Civil, permitindo que o motorista aguardasse o andamento do caso em liberdade.
Scheffer também rebateu informações de que Arilton estaria dirigindo com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa. “Houve uma suspensão, mas conseguimos reverter a decisão judicialmente. O documento foi restituído no último dia 12 pelo Juizado Especial da Fazenda Pública de Barra de São Francisco”, garantiu o advogado.
A Polícia Civil de Minas Gerais trabalha com duas linhas de investigação para determinar as causas do acidente. Uma delas aponta para a explosão de um pneu do ônibus, que teria feito o motorista perder o controle e invadir a pista perigosa, colidindo frontalmente com a carreta.
Outra hipótese sugere que a carreta estaria com excesso de peso ou em alta velocidade. Na altura do distrito de Lajinha, em Teófilo Otoni, um bloco de granito teria sido desprendido de um dos reboques, caído na pista e atingido por ônibus.
O advogado defendeu que Arilton trafegasse respeitando as normas de trânsito. “A carreta tem um limitador de velocidade, que impede que ultrapasse 90 km/h, e os dados de trajetória são registrados e entregues às autoridades. O veículo é de 2022, em perfeito estado de conservação e com todas as revisões em dia”, destacou Scheffer.
A empresa proprietária da carreta já se compromete a fornecer os registros técnicos do veículo às autoridades para auxiliar na investigação. O caso segue em apuração.
