Crianças ganham nova esperança: Técnica revoluciona tratamento da hidrocefalia sem válvula permanente

Uma nova técnica de cirurgia cerebral está trazendo esperança para bebês com hidrocefalia, uma doença que provoca o acúmulo excessivo de líquido no cérebro. Ao contrário do tratamento convencional, que depende da implantação de válvulas permanentes, o "método Warf" utiliza um endoscópio para criar uma abertura no terceiro ventrículo cerebral, permitindo que o corpo absorva o líquido de forma natural. Essa abordagem menos invasiva oferece melhores resultados e elimina a dependência de dispositivos externos.

Magdalena, de 1 ano e 7 meses, é um exemplo de sucesso desse novo procedimento. Diagnosticada com hidrocefalia ainda bebê, ela foi submetida à cirurgia que, além de salvar sua vida, também evitou complicações futuras. Segundo a neurocirurgiã pediátrica Giselle Coelho, a técnica tem um impacto significativo na saúde das crianças, ao prevenir as complicações associadas ao uso de válvulas e a pressão intracraniana elevada.

Introduzida no Brasil em 2022, a técnica já beneficiou 77 crianças, com uma taxa de sucesso de 93% em São Paulo, superior à média mundial de 76%. Além de melhorar a qualidade de vida dos pacientes, o método também reduz custos para o sistema público de saúde, ao liberar leitos mais rapidamente. A ONG responsável pelo treinamento das equipes médicas planeja expandir o uso da técnica, criando 10 novos centros de treinamento em todo o país.