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Hoje é Terça-feira, 11 de Novembro de 2025.
A recente polêmica envolvendo Claudia Leitte, após a substituição da menção ao orixá Iemanjá pelo nome hebraico de Jesus, Yeshua, em um show realizado em Salvador, continua gerando debates. A atitude da cantora, que gerou críticas de Pedro Tourinho, secretário da Cultura de Salvador, foi endossada por Ivete Sangalo, mas também despertou uma série de reações negativas, incluindo a da escritora e professora Bárbara Carine, vencedora do Prêmio Jabuti 2024.
Em suas redes sociais, Carine lamentou o que considera um caso de "racismo religioso" e "terrorismo religioso", destacando a tristeza causada pela demonização de Iemanjá, uma figura central nas religiões de matrizes africanas, como Candomblé e Umbanda. A escritora ressaltou ainda a apropriação e o lucro com a cultura afro-brasileira, mencionando a importância do axé e sua relação com as raízes africanas da música brasileira.
“É realmente revoltante o racismo religioso, eu diria até um terrorismo religioso que essas pessoas instauram na nossa cultura. Muito triste a demonização de orixá, Iemanjá, é extremamente revoltante o lucro com a demonização dessa cultura”, afirmou, sem citar diretamente Claudia Leitte. A crítica também apontou a utilização estratégica da polêmica para atrair atenção, especialmente para uma artista que, segundo Carine, estava “em baixa” e usou a controvérsia como uma forma de se reposicionar no mercado musical.
A controvérsia também relembrou o sucesso de 2004, a música “Caranguejo”, do Babado Novo, que celebra Iemanjá com versos dedicados à rainha dos mares: “Maré tá cheia/Espera esvaziar/Joga flores no mar/Saudando a rainha Iemanjá”. No show de Claudia Leitte, a substituição do verso por "Só louvo meu Rei Yeshua" foi vista como uma provocação, especialmente em um contexto em que as religiões de matriz africana enfrentam estigmatização. (Informações Ofuxico)
