A Federação das Associações de Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Federarroz) manifestou seu descontentamento com a falta de consulta do governo federal ao setor arrocero e com a exclusão do Ministério da Agricultura do Programa Arroz da Gente. A entidade alega que a criação do programa foi realizada sem a participação dos produtores, o que compromete a implementação de políticas agrícolas adequadas.
Em nota oficial, a Federarroz afirma que a Portaria que instituiu o programa usurpou atribuições legais do Ministério da Agricultura, ao retirar deste ministério a responsabilidade pela Política Agrícola do arroz. A entidade destaca que o programa prevê ações como a expansão da área plantada e a ampliação da diversidade de variedades de arroz cultivadas, mas sem o devido envolvimento dos produtores e do ministério especializado. "A Portaria foi confeccionada sem a participação do setor, o que compromete a eficiência das medidas", ressalta a nota.
O Programa Arroz da Gente, lançado oficialmente na última quarta-feira (11/12), tem como objetivo fomentar a produção de arroz por agricultores familiares. A ação está sendo coordenada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), e outros órgãos. Contudo, a ausência do Ministério da Agricultura no processo gerou críticas da Federarroz, que representa os arrozeiros do Rio Grande do Sul, responsável por mais de 70% da produção de arroz consumido no Brasil.
Além disso, a entidade ressaltou que o Brasil possui estoque suficiente de arroz para garantir o consumo interno e que os preços atuais, variando entre R$ 5 e R$ 7 por quilo, estão dentro da normalidade. A Federarroz também criticou o governo pela decisão de importar arroz, afirmando que os R$ 7 bilhões destinados a essas importações entre maio e junho de 2024 foram um erro, já que o país possui estoques adequados para suprir a demanda. (Informações Globo Rural)