O leilão da Rota da Celulose, previsto para a última semana na B3, em São Paulo, não atraiu nenhum investidor, levando o Governo de Mato Grosso do Sul a iniciar uma sondagem com o mercado. O objetivo é entender o desinteresse pela concessão de 870,3 quilômetros de rodovias por 30 anos. Especialistas apontam como principal motivo o valor fixado de R$ 5,8 bilhões em investimentos, considerado defasado. Estimativas indicam que os custos reais podem ser 40% maiores, chegando a R$ 8 bilhões.
O pacote inclui rodovias estaduais e federais, como a MS-040, MS-338, MS-395, BR-262 e BR-267, com previsão de duplicações, terceiras faixas e melhorias para segurança viária. A secretária do Escritório de Parcerias Estratégicas (EPE), Eliane Detoni, está articulando com investidores para identificar ajustes técnicos e financeiros. Amanhã, o governador Eduardo Riedel discutirá o caso com o ministro dos Transportes, Renan Filho, já que parte das rodovias é delegada pela União.
Para o advogado Maurício Portugal, especialista em concessões, é necessário revisar o edital e recalcular os custos de obras e materiais. Enquanto isso, o governo busca reposicionar o projeto para garantir sua viabilidade e atratividade, com foco em atender às necessidades de infraestrutura de Mato Grosso do Sul.