No domingo (8), a Síria viveu um momento histórico com a queda do regime de Bashar al-Assad, que governava o país há mais de 40 anos. Grupos de rebeldes sírios tomaram o controle da capital Damasco, forçando Assad a fugir para a Rússia e encerrando décadas de domínio da família Assad, após mais de 13 anos de guerra civil. O evento remete à queda do regime de Saddam Hussein no Iraque, ocorrida há 20 anos, e representa uma virada significativa no cenário do Oriente Médio.
A Síria vivia em guerra civil desde 2011, quando grupos de oposição começaram a se revoltar contra o regime de Assad devido à corrupção e à repressão. Desde então, mais de 6 milhões de sírios deixaram o país e cerca de 500 mil mortes foram registradas. A oposição síria propôs um período de transição de 18 meses, que inclui a criação de um ambiente seguro e neutro, culminando em eleições livres e uma nova constituição em seis meses, de acordo com Hadi Al-Bahra, líder da oposição.
Importância estratégica da Síria
Embora a Síria não seja uma potência em termos de recursos naturais, seu valor estratégico para o transporte de recursos energéticos para a Europa é inegável. Localizada no coração do Oriente Médio, a Síria faz fronteira com países-chave como Turquia, Iraque, Jordânia, Líbano e Israel, além de ter acesso ao Mediterrâneo. Por essa razão, potências como Rússia, China e Estados Unidos sempre tiveram influência na região, com a Rússia e os países socialistas apoiando Assad, enquanto os Estados Unidos e seus aliados se opunham ao regime.