A retração de 0,9% no Produto Interno Bruto (PIB) da Agropecuária no terceiro trimestre de 2024 foi influenciada pela revisão dos dados de 2023, mas amenizada pelo bom desempenho das culturas de inverno, como trigo, aveia e cevada. A análise foi feita pelo chefe do Núcleo Econômico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Renato Conchon.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) revisou os dados do setor agropecuário de 2023, que agora mostram um crescimento de 16,3%, em comparação com o 15,1% previamente registrado. Essa revisão ampliou a lacuna estatística, o que afetou o resultado do terceiro trimestre, explicou Conchon.
Entre julho e setembro, a boa performance das culturas de inverno e do algodão ajudou a reduzir a queda do setor, com altas de 29,9%, 12,6%, 5,3% e 14,5%, respectivamente.
Conchon destacou que a expectativa para o próximo trimestre é de um leve crescimento, mas sem a possibilidade de reverter a queda acumulada no ano, que atualmente está em -0,8%. A CNA deve revisar os dados com base nos resultados atualizados de hoje.
Para 2025, a previsão é de recuperação do setor, com crescimento estimado em torno de 3,2%, impulsionado pelo bom desenvolvimento da safra de verão. O economista também comentou sobre o PIB brasileiro, que registrou uma surpresa positiva com um crescimento de 0,9% em relação ao segundo trimestre de 2024, e de 4% na comparação anual, destacando o impacto dos investimentos e dos gastos das famílias.
Entretanto, Conchon alertou para a queda na taxa de poupança líquida, que passou de 15,4% para 14,9%, o que pode afetar o crescimento dos investimentos e do Plano Safra a longo prazo. "Precisamos acompanhar esse indicador, pois ele impacta diretamente o setor agropecuário", concluiu. (Informações Globo Rural)