Cirurgia de mudança de cor dos olhos ganha popularidade, mas especialistas alertam para os riscos

A ceratopigmentação, cirurgia estética que muda a cor das córneas, tem se tornado uma tendência crescente em consultórios e clínicas ao redor do mundo, especialmente após o sucesso de procedimentos como transplantes capilares. Embora tenha sido inicialmente desenvolvida para pacientes com baixa visão ou cegueira, com o objetivo de camuflar manchas brancas nos olhos, a prática tem atraído cada vez mais pessoas em busca de uma mudança estética. O preço do procedimento pode chegar a US$ 12 mil, ou cerca de R$ 70 mil.

Apesar de seu apelo estético, a ceratopigmentação, quando realizada com fins puramente cosméticos, apresenta sérios riscos à saúde ocular. Médicos alertam para a possibilidade de complicações, como sensibilidade permanente à luz, infecções, sensação de areia nos olhos e até perda da visão. A procura por mudanças na cor dos olhos, com a preferência por tons como verde ou azul, reflete a popularidade do procedimento, mas há quem busque efeitos mais inusitados, como olhos com características de animais, como o "olhar de Husky".

O Brasil, conhecido por ser o segundo maior mercado de cirurgias estéticas no mundo, contribui significativamente para esse setor, que movimenta mais de US$ 120 bilhões anualmente. Estima-se que, no próximo ano, o mercado de ceratopigmentação gerará US$ 3 bilhões, evidenciando o crescimento da demanda por procedimentos estéticos relacionados aos olhos.

Apesar da tendência, especialistas reforçam a importância de cautela, uma vez que os riscos podem superar os benefícios da mudança de cor, especialmente quando a motivação é exclusivamente estética.