A Central Única dos Trabalhadores (CUT) se pronunciou, na terça-feira (12), sobre a proposta de fim da jornada de trabalho 6x1 – que consiste em seis dias de trabalho seguidos de um dia de descanso. A entidade manifestou apoio à medida, mas afirmou que só será favorável se não houver impactos nos salários ou na redução de direitos conquistados por algumas categorias, como a diminuição da carga horária.
“A CUT reafirma seu compromisso histórico em defesa dos trabalhadores, contra qualquer ameaça de retirada de direitos e contra a redução do orçamento das políticas públicas. Somos favoráveis ao fim da jornada 6x1, mas sem a redução de salários e sem afetar as conquistas de redução de jornada já obtidas”, afirmou a entidade em nota oficial.
Atualmente, a Constituição Brasileira estabelece uma jornada de até 8 horas diárias e 44 horas semanais, permitindo a escalada de trabalho de seis dias com um dia de descanso. A proposta da deputada Erika Hilton (PSOL) visa reduzir a carga horária semanal para 36 horas, mantendo as 8 horas diárias, mas permitindo que o trabalhador tenha quatro dias de trabalho e três de descanso.
O debate sobre o fim da jornada 6x1 tem gerado polêmica no Brasil desde o último fim de semana. Até o momento, 134 deputados assinaram o projeto de lei, faltando apenas 37 para que o texto seja protocolado na Câmara dos Deputados. Para ser formalmente apresentado, são necessárias 171 assinaturas.
Em meio a essa discussão, a CUT destacou que, durante a reunião do G20, que será realizada no Rio de Janeiro, a entidade sugeriu a redução da jornada de trabalho como uma das medidas para promover um "mundo justo e sustentável". “Não há futuro sem trabalho decente e sem a participação ativa da classe trabalhadora nos rumos do país", afirmou a CUT, reforçando a importância da participação dos trabalhadores na construção de um desenvolvimento mais equilibrado e justo para todos.