O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou nesta terça-feira (5) que, até o momento, não foi chamado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir possíveis cortes no orçamento de 2026 para a pasta. A declaração foi feita durante uma entrevista coletiva na sede do Ministério da Agricultura, após o lançamento dos novos uniformes dos técnicos da Secretaria de Defesa Agropecuária.
Em sua fala, Fávaro destacou a necessidade de compromisso com a estabilidade fiscal e o controle dos gastos públicos, mas reiterou que o Ministério da Agricultura ainda não foi envolvido nas discussões sobre ajustes. "É um movimento difícil, mas necessário. Até o momento, o Ministério da Agricultura não foi chamado a ter nenhum corte", disse.
O ministro também abordou o Plano Safra, o principal programa de investimentos do Ministério, e afirmou que o governo federal não está fazendo investimentos exagerados nesse setor. "Não é um exagero de orçamento público. São menos de R$ 17 bilhões, e o retorno para a economia é muito maior", explicou. Fávaro ressaltou que o Plano Safra é fundamental para o crescimento do setor agropecuário, que gera empregos e renda.
Embora o Plano Safra receba recursos de diversos ministérios, incluindo o da Fazenda e do Desenvolvimento Agrário, Fávaro destacou que grande parte dos recursos do setor agropecuário é financiada por meio de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Corte de Gastos no Governo
Na mesma data, o governo avançava nas discussões sobre o ajuste fiscal, com uma reunião entre os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, da Casa Civil, Rui Costa, da Previdência, Carlos Lupi, e do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, para definir as medidas de corte no orçamento público. Segundo Haddad, o governo está na reta final para anunciar a extensão e os detalhes desses cortes.
Créditos de Carbono e Agropecuária
Fávaro também comentou sobre a votação do projeto de regulamentação do mercado de crédito de carbono, prevista para a noite de terça-feira no Senado Federal. O ministro destacou a importância da aprovação do projeto para o Brasil se tornar um líder nas políticas públicas de valorização e sequestro de carbono. Para Fávaro, a agropecuária desempenha um papel central nesse processo.
“A agropecuária é a única atividade econômica capaz de sequestrar carbono, por ser a única que realiza fotossíntese. Além disso, ela pode gerar ativos econômicos a partir desse processo, criando uma nova frente para os produtores”, afirmou. O ministro ressaltou que, além de sua importância ambiental, o sequestro de carbono na agropecuária representa uma nova oportunidade de mercado para os agricultores.