Neste final de ano, os brasileiros enfrentam um aumento significativo nos preços dos alimentos, algo que não se via há pelo menos uma década. As expectativas para o 4º trimestre indicam uma inflação de pelo menos 1% ao mês nos preços dos alimentos, com a alta da carne sendo o principal fator impulsionador.
No início do ano, a projeção do mercado era de um aumento de 4% nos preços dos alimentos, mas a realidade atual aponta para uma inflação superior a 7% para esse grupo. Essa elevação nos custos alimentares está superando o aumento dos salários, o que tem um impacto desproporcional nas famílias de baixa renda.
Para exemplificar, os gastos das famílias com alimentação e bebidas devem ultrapassar R$ 1 trilhão pela primeira vez na história neste ano. Esse aumento é ainda mais preocupante quando se considera que alimentação e combustíveis representam 41% do orçamento das famílias brasileiras. Em países com baixa renda, como o Brasil, 7 em cada 10 pessoas não conseguem arcar com uma dieta saudável.
Expectativas para 2024: Apesar das previsões de uma safra recorde e de condições climáticas favoráveis, a valorização do dólar pode encarecer produtos importados, como o trigo utilizado na produção de pães, além de tornar a exportação de carne mais lucrativa.
Esse cenário sugere que a luta contra a inflação alimentar e os desafios para garantir uma alimentação adequada continuarão sendo temas centrais para as famílias brasileiras e para a economia do país no próximo ano.