A polícia da Geórgia está em estado de alerta para protestos em massa após o partido Georgian Dream conquistar as eleições parlamentares com quase 54% dos votos. A vitória do partido, amplamente alinhado com a Rússia, gerou tensões significativas, especialmente em um contexto onde a coalizão de oposição defende laços mais estreitos com a União Europeia.
As eleições foram marcadas por graves denúncias de coerção, compra de votos e manipulação de resultados, com militantes do Georgian Dream supostamente envolvidos em ações ilegais. Cenas de urnas sendo violadas se tornaram virais nas redes sociais, intensificando a desconfiança em relação à legitimidade do processo eleitoral.
Embora a Geórgia esteja a cerca de 11 mil quilômetros de distância e tenha uma população de apenas 3 milhões de habitantes, o país emergiu como um novo campo de disputa entre o Ocidente e a Rússia de Putin. As autoridades ocidentais, incluindo os Estados Unidos, a União Europeia e a OTAN, estão exigindo investigações sobre uma possível interferência russa nas eleições georgianas.
A Rússia tem um interesse estratégico na Geórgia, uma ex-república soviética, e a relação entre os dois países é marcada por uma história conturbada. Em 2008, os dois países entraram em guerra por causa de duas regiões separatistas. Esse cenário evoca preocupações semelhantes àquelas observadas na Ucrânia, que também se tornou independente no mesmo ano que a Geórgia e enfrenta conflitos entre facções pró-Rússia e ocidentais.
A situação na Geórgia destaca a complexidade das dinâmicas políticas na região e a crescente tensão entre as aspirações democráticas dos cidadãos e a influência russa. O desfecho dos protestos e a resposta das autoridades georgianas e internacionais continuam a ser monitorados de perto.