O mercado de alimentos saudáveis e orgânicos está em expansão, levando os produtores a comemorarem o aumento nas vendas. No entanto, o alto custo ainda representa uma barreira significativa para o consumo.
Em uma fazenda no Distrito Federal, são cultivadas 35 variedades de hortaliças de forma orgânica, sem agrotóxicos. O técnico agropecuário Cleiton Costa enfatiza a dedicação diária necessária para manter a qualidade das plantas. Além das hortaliças, a propriedade também produz leite orgânico, onde as vacas são alimentadas exclusivamente com produtos orgânicos e recebem cuidados especiais para garantir seu conforto e saúde. Cada vaca produz cerca de vinte litros de leite por dia, e durante a ordenha, recebem uma mistura de açúcar com produtos homeopáticos.
Joe Valle, proprietário da fazenda e com quase 40 anos de experiência no setor orgânico, observa que os consumidores estão cada vez mais conscientes sobre suas escolhas alimentares. Apesar de o Ministério da Agricultura registrar cerca de 26 mil produtores orgânicos, a falta de dados específicos sobre a produção e a participação no mercado gera preocupação na Sociedade Nacional de Agricultura (SNA).
Sylvia Wachsner, diretora da SNA, aponta a dificuldade de investimentos no setor privado e a necessidade de dados mais precisos para aprimorar as políticas públicas. Kely Barros, promotora de vendas e consumidora de orgânicos, destaca a importância de uma alimentação saudável durante a gravidez. Uma pesquisa da Associação de Promoção de Orgânicos revelou que o preço elevado é a principal razão que impede o consumo, seguida pela dificuldade de encontrar produtos e a falta de hábito.
Apesar do custo mais alto, Andriela Lemos Gonçalves, servidora pública, argumenta que investir em alimentos orgânicos é um custo-benefício a longo prazo, pois resulta em menores gastos com medicamentos.
À medida que o mercado orgânico continua a crescer, o grande desafio permanece: equilibrar qualidade e preço para atender a uma demanda crescente por alimentos saudáveis.