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Hoje é Quinta-feira, 13 de Novembro de 2025.
Pesquisadores do Projeto Tatu-Canastra fizeram uma descoberta notável no início de outubro, ao capturarem o maior macho da espécie já registrado no Pantanal do Mato Grosso do Sul. Batizado de Wolfgang, o tatu-canastra mediu impressionantes 160 cm de comprimento e pesou 36 kg, estabelecendo um novo marco para o conhecimento sobre a biologia reprodutiva dessa espécie ameaçada de extinção.
Iniciado em 2010 na Fazenda Baía das Pedras, o Projeto Tatu-Canastra visa estudar a ecologia, saúde e história natural do tatu-canastra (Priodontes maximus), utilizando técnicas avançadas como armadilhas fotográficas e rádios transmissores. A captura de Wolfgang não apenas destaca o tamanho extraordinário do animal, mas também revelou um dado curioso: seu órgão reprodutivo é acima da média, medindo 33 cm. Isso surpreendeu os pesquisadores, já que os tatus-canastra são conhecidos por possuírem um dos maiores órgãos reprodutivos em relação ao tamanho corporal entre os mamíferos terrestres.
“O tatu-canastra adulto tem um pênis com média de 30 cm, o que o coloca em uma posição de destaque entre os mamíferos”, explicou um representante do Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS), responsável pelo projeto.
Além de suas características físicas impressionantes, o tatu-canastra é considerado o “engenheiro do ecossistema” devido ao seu papel vital na biodiversidade. Suas tocas, que podem atingir até cinco metros de profundidade, oferecem abrigo para mais de 100 espécies de vertebrados, contribuindo significativamente para a saúde dos ecossistemas que habita.
Com a captura de Wolfgang, os pesquisadores dão um passo crucial na compreensão da reprodução do tatu-canastra, que é difícil de avistar devido à sua baixa densidade populacional e hábitos noturnos. As fêmeas têm gestação de cinco meses e geralmente dão à luz um único filhote a cada três a quatro anos.
A pesquisa também se destaca pela inovação na coleta de sêmen por meio de eletroejaculação, uma técnica nunca antes utilizada em tatus-canastra em vida livre. Essa abordagem abre novas possibilidades para a reprodução em cativeiro e a conservação da espécie, que enfrenta sérios riscos devido à perda de habitat.
Assim, o Projeto Tatu-Canastra não apenas celebra a captura do maior exemplar da espécie no Mato Grosso do Sul, mas também avança em sua missão de proteger e entender esses animais únicos e essenciais para o meio ambiente.
