As intensas variações climáticas representam uma séria ameaça à saúde dos rebanhos, especialmente em relação à mastite, a principal doença da pecuária leiteira, que causa inflamação da glândula mamária e impacta diretamente a produção de leite. O médico veterinário Thales Vechiato, gerente de produtos para grandes animais em uma indústria do setor, explica: “Mudanças bruscas de temperatura, ondas de calor e altos índices de umidade criam um ambiente propício para o desenvolvimento da mastite e de outras enfermidades, pois esses fatores afetam a imunidade das vacas.”
O estresse térmico, de acordo com Vechiato, compromete o sistema imunológico dos animais, tornando-os mais vulneráveis a infecções como a mastite. Durante períodos de calor, as vacas alteram seu comportamento, diminuindo a ingestão de alimentos e aumentando o consumo de água, o que prejudica seu metabolismo e capacidade de resposta imunológica.
Além disso, o aumento da umidade, especialmente em regiões chuvosas, agrava as condições nas instalações dos animais, favorecendo a proliferação de microrganismos. “A umidade constante nas instalações é uma preocupação, pois facilita o surgimento de patógenos que podem infectar o úbere e comprometer a produção de leite”, alerta Vechiato.
As rápidas variações de temperatura, conhecidas como "estresse térmico de transição", também afetam o metabolismo das vacas, aumentando o risco de infecções e prejudicando a produção de leite.
Para mitigar os impactos do estresse climático, Thales Vechiato recomenda a adoção de medidas preventivas, como melhorar a ventilação das instalações, garantir acesso constante a água limpa e fresca, e monitorar de perto a saúde do rebanho com soluções de eficácia comprovada.