Produtores rurais do centro-oeste declaram guerra à Moratória da Soja e à lei anti-desmatamento

A Moratória da Soja e a Lei Anti-desmatamento da União Europeia estão gerando forte resistência entre os produtores rurais do Centro-Oeste brasileiro, que se mobilizam contra essas legislações. Recentemente, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso aprovou um projeto que proíbe benefícios fiscais para empresas que aderirem à Moratória da Soja.

Instituída em 2006, a Moratória da Soja visa impedir a venda de soja cultivada em áreas desmatadas na Amazônia Legal após 2008, promovendo práticas sustentáveis. Embora reconhecida por ambientalistas como uma medida eficaz no combate ao desmatamento, muitos produtores afirmam ter sido excluídos do acordo e alegam prejuízos de R$ 32 bilhões anuais desde sua implementação.

Além disso, a nova Lei Anti-desmatamento da União Europeia, que proíbe a importação de produtos de áreas desmatadas após dezembro de 2020, é vista como um obstáculo. Essa legislação, que entrará em vigor em 2025 para grandes empresas, é considerada desproporcional pelos produtores, que sentem que as exigências são inviáveis.

O governo brasileiro, por meio do vice-presidente Geraldo Alckmin, busca mostrar que o país é um exemplo em energia renovável e combate ao desmatamento ilegal. O presidente da ABAG, Maurício Buffon, criticou a legislação europeia, afirmando que as demandas são irrealistas, enquanto o agronegócio luta para equilibrar sua expansão com as exigências globais de sustentabilidade.