O PIB do agronegócio teve uma retração de 1,28% no segundo trimestre de 2024, acumulando uma queda de 3,50% no ano, conforme os dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
O desempenho do setor no primeiro semestre foi afetado pela diminuição do valor bruto da produção, principalmente devido à queda nos preços e, em alguns casos, a uma expectativa de menor produção para o ano.
No segmento agrícola, a queda acumulada foi de 5,1% no semestre, com um recuo de 1,22% no segundo trimestre. Os principais fatores para esse resultado foram a redução de 11% no mercado de insumos, 5,39% em serviços e 4,69% nas atividades primárias.
Em relação aos insumos, o estudo revela que a retração foi influenciada por uma queda de 16,99% nos preços de fertilizantes e corretivos do solo este ano, enquanto a produção se manteve estável em comparação com 2023. “Em 2022, os preços dos fertilizantes atingiram níveis recordes, mas a retomada das exportações russas ajudou a conter os preços, aumentando a oferta global”, explica o boletim.
Na pecuária, houve uma queda de 1,2% no segundo trimestre, mas um leve crescimento de 0,5% no acumulado do ano. Destacam-se os resultados positivos da indústria, que avançou 5,29% no período, e dos serviços, com um crescimento de 3,78% em três meses, reflexo de uma maior produção neste ano.
A previsão é que o PIB do agronegócio encerre 2024 em R$ 2,50 trilhões, sendo R$ 1,74 trilhão para o setor agrícola e R$ 759,82 bilhões para o pecuário. Se essa projeção se confirmar, a participação do agronegócio na economia será de aproximadamente 21,8% em 2024, comparada a 24% em 2023.