Na manhã desta terça-feira (8), a Polícia Civil de Ponta Porã, com apoio da concessionária Energisa, deflagrou a operação "Quilowatt", visando combater furtos de energia elétrica e fraudes em medições de imóveis na cidade de Ponta Porã, Mato Grosso do Sul. A ação envolveu a 1ª e 2ª Delegacias de Polícia Civil, a Perícia Criminal, e contou com três equipes policiais, uma equipe de perícia técnica e 15 equipes da Energisa, que vistoriaram 36 imóveis no município.
Com base em dados fornecidos pela Energisa, foram identificadas divergências nos registros de consumo de energia em algumas propriedades. As equipes realizaram inspeções detalhadas e confirmaram as fraudes. Ao término da operação, quatro pessoas foram levadas às delegacias, sendo três autuadas em flagrante pelos crimes de furto de energia elétrica e estelionato.
A delegada titular da 1ª Delegacia, Elisangela Ferreira Cristaldo, e o delegado da 2ª DP, Ulisses Nei de Brito Santos, destacaram que o furto de energia, popularmente conhecido como "gato", configura crimes previstos no Código Penal Brasileiro, nos artigos 155, §3º (furto) e 171 (estelionato). Além disso, a prática pode gerar graves riscos à segurança, como incêndios e explosões, sendo a segunda maior causa de morte relacionada à energia elétrica no país.
Denise Simões, representante de Relações Institucionais da Energisa, ressaltou que as fraudes também impactam diretamente os consumidores, uma vez que parte dos prejuízos causados pelas ligações clandestinas é repassada aos usuários, elevando os custos. Além disso, o desvio ilegal sobrecarrega a rede elétrica, comprometendo a qualidade do serviço e tornando o sistema mais suscetível a interrupções e oscilações.
Segundo estimativas da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o furto de energia no Brasil é alarmante, representando mais de 31,5 mil gigawatts por ano, quantidade suficiente para abastecer grande parte do estado de Mato Grosso do Sul.