Israel expande ofensiva para sudoeste do Líbano; ONU alerta sobre "espiral de destruição"

O Exército de Israel anunciou nesta terça-feira (8) a ampliação de suas operações terrestres no sudoeste do Líbano, intensificando o confronto com o grupo militante Hezbollah. De acordo com um comunicado divulgado pelas Forças de Defesa de Israel (IDF), a 146ª Divisão iniciou, na segunda-feira, ações “localizadas, limitadas e direcionadas contra alvos terroristas e infraestruturas do Hezbollah” na nova área de operação.

A expansão segue uma noite de intensos bombardeios realizados por Israel nos subúrbios ao sul de Beirute. Segundo as IDF, os ataques resultaram na morte de Suhail Hussein Husseini, comandante do quartel-general logístico do Hezbollah. O Exército também afirmou que, somente na segunda-feira (7), mais de 120 alvos do Hezbollah foram atingidos por mísseis israelenses, incluindo depósitos de armas, locais de comando e controle, e estoques de lançadores de mísseis.

ONU Faz Alerta sobre Impactos Humanitários

Funcionários das Nações Unidas (ONU) expressaram preocupação com a escalada de violência no Líbano, comparando os métodos utilizados por Israel aos que já causaram devastação em Gaza. Segundo Jeremy Laurence, representante do escritório de direitos humanos da ONU, as táticas de guerra estão resultando em consequências devastadoras para a população civil. "Os civis continuam a pagar o preço final, seja com o fechamento de hospitais, um milhão de pessoas deslocadas, civis mortos, escolas impactadas", alertou Laurence.

Em duas semanas de bombardeios, mais de mil pessoas foram mortas e seis mil ficaram feridas no Líbano, enquanto mais de 100 mil libaneses fugiram para a Síria. O cenário de destruição no Líbano reflete a grave crise humanitária que também afeta Gaza.

Diante da crescente emergência, a ONU lançou um apelo humanitário de US$ 426 milhões para apoiar os afetados pelo conflito no Líbano. Até o momento, foram arrecadados apenas 12% desse valor, totalizando US$ 51,4 milhões.

A situação no Líbano e em Gaza segue alarmante, com a ONU pedindo, insistentemente, o fim das hostilidades e a proteção da vida civil em meio à intensificação dos combates.