Nenhum familiar do adolescente de 16 anos que matou a mãe a facadas em Campo Grande deseja representá-lo legalmente no processo judicial. Segundo o advogado de defesa, Jonatas Giovane de Paula dos Reis, a situação levou à necessidade de intervenção do Judiciário. "Ninguém quer outorgar por ele, representar ele legalmente no processo. Eu tive que peticionar para o juiz nomear um curador especial para o menor, pois ele está sem representante legal", afirmou.
O crime ocorreu na madrugada de domingo (6), quando Regina Fátima de Arruda, de 52 anos, foi atacada com 20 facadas enquanto dormia em sua residência no Bairro José Pereira.
Como o autor é menor de idade, a legislação determina que ele poderá permanecer internado por até três anos, o que significa até completar 19 anos. O adolescente será encaminhado para a Unei (Unidade Educacional de Internação), onde passará por avaliações periódicas a cada seis meses. Psicólogos e assistentes sociais farão relatórios que serão enviados ao juiz da Vara da Infância e Juventude, responsável por decidir sobre a continuidade da internação.
Em conversa com o advogado, o jovem admitiu a autoria do crime, mas negou que tenha retornado à casa apenas para tomar banho, como foi inicialmente divulgado. "Conversei com ele sobre os fatos, ele confirmou, porém relatou que retornou à residência para se entregar e não para tomar banho. Não aguentava mais estar foragido", esclareceu o advogado.