Avião da FAB com 229 repatriados deve pousar no Brasil neste domingo (6)

O avião KC-30 da Força Aérea Brasileira (FAB), enviado para resgatar brasileiros no Líbano, decolou de Lisboa, Portugal, na noite deste sábado (5) em direção à Base Aérea de São Paulo. A aeronave fez uma escala em Portugal para reabastecimento, e o pouso está previsto para as 9h30 deste domingo (6).

A operação de resgate foi autorizada no início da semana pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e tem como objetivo repatriar cidadãos brasileiros que estão no Líbano, um país atualmente afetado por intensos confrontos entre Israel e o grupo extremista Hezbollah. Cerca de 3 mil dos aproximadamente 20 mil brasileiros que vivem no Líbano solicitaram o retorno ao Brasil.

De acordo com a FAB, 229 brasileiros e três animais foram resgatados neste primeiro voo, com prioridade para grupos vulneráveis, como idosos, mulheres, crianças, grávidas, pessoas doentes e com deficiência. O governo brasileiro planeja realizar mais voos de repatriação nos próximos dias, com capacidade de resgatar até 500 brasileiros por semana.

Segundo o tenente-coronel aviador Marcos Fassarella Olivieri, o voo segue o mesmo padrão das operações de resgate realizadas em 2023, quando a FAB repatriou cerca de 1.600 brasileiros das zonas de conflito em Israel, Faixa de Gaza e Cisjordânia, durante a Operação Voltando em Paz.

O presidente Lula deve receber pessoalmente os repatriados na manhã deste domingo.

Conflito no Líbano

Os confrontos no Líbano recomeçaram em 2023, após quase duas décadas de relativa calmaria. A escalada teve início em outubro, quando Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza. Em apoio ao Hamas, o Hezbollah começou a disparar projéteis contra Israel, que retaliou com ataques aéreos.

A tensão aumentou após a explosão de equipamentos do Hezbollah, o que levou o grupo a intensificar seus ataques. Em resposta, Israel lançou uma ofensiva terrestre no sul do Líbano, enquanto o Hezbollah avançou na fronteira e disparou mísseis contra o território israelense, muitos dos quais foram interceptados. O Irã, apoiador do Hezbollah, também se envolveu no conflito, disparando mísseis contra Tel Aviv.

Escalada e risco de guerra

Há um crescente temor de que a escalada dos conflitos possa resultar em uma nova guerra no Oriente Médio. A ONU alerta que tal cenário poderia causar milhares de mortes e um aumento significativo no número de refugiados.

Na última semana, os Estados Unidos, junto com aliados, pediram um cessar-fogo de 21 dias entre Israel e o Hezbollah, na tentativa de iniciar negociações para conter a violência. No entanto, Israel rejeitou a proposta, afirmando que continuará com os ataques até que o Hezbollah interrompa o lançamento de foguetes.