Na madrugada desta terça-feira (1º), as Forças de Defesa de Israel (IDF) iniciaram uma operação terrestre contra alvos do grupo extremista Hezbollah no sul do Líbano. O objetivo, segundo comunicado oficial, é neutralizar “ameaças terroristas” que colocam em risco comunidades israelenses próximas à fronteira. A operação conta com apoio da força aérea e artilharia, em uma ação coordenada com as tropas terrestres.
“O plano foi aprovado pelo escalão político e está sendo executado de acordo com a estratégia estabelecida”, declarou o porta-voz do exército israelense, Daniel Hagari.
Desde o último fim de semana, Israel intensificou ataques a alvos do Hezbollah no sul do Líbano. Na segunda-feira (30), o exército israelense alertou os moradores de vilarejos próximos à fronteira e de áreas ao sul de Beirute para evacuarem, devido à escalada do conflito. Mais de 1 milhão de pessoas já deixaram o país, muitas delas se dirigindo para a Síria.
Pouco após o início da ofensiva terrestre, mísseis foram lançados contra o norte de Israel. Dos três projéteis detectados, dois foram interceptados pela defesa aérea israelense e um caiu em uma área desabitada. Alertas de ataque aéreo foram emitidos em toda a região.
Em resposta à ofensiva, o vice-líder do Hezbollah, Naim Qassem, afirmou que as forças de resistência estão preparadas para um combate prolongado. “Sabemos que a batalha pode ser longa, mas venceremos, como vencemos na libertação de 2006”, declarou, em referência ao conflito de cinco semanas com Israel em 2006.
Contexto da escalada
A tensão entre Israel e o Hezbollah havia se mantido controlada desde a guerra de 2006, mas reacendeu em outubro de 2023, quando Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza. O Hezbollah, em apoio ao Hamas, começou a disparar projéteis contra Israel, o que levou à retaliação israelense.
A situação se agravou com a explosão de equipamentos do Hezbollah, que o grupo atribuiu a Israel. Em resposta, o Hezbollah intensificou seus ataques, desencadeando uma nova onda de bombardeios por parte de Israel. Até o momento, mais de mil pessoas morreram no conflito, incluindo sete líderes do Hezbollah.
O temor internacional é que o conflito se expanda para uma guerra de larga escala no Oriente Médio, especialmente com o apoio declarado do Irã ao Hezbollah. O Irã já afirmou que não permanecerá indiferente em caso de uma guerra total entre Israel e Hezbollah.
Na última semana, os Estados Unidos e aliados tentaram mediar um cessar-fogo de 21 dias entre as partes, com o objetivo de promover negociações de paz. Israel, contudo, rejeitou o apelo, afirmando que os ataques continuarão até que o Hezbollah interrompa seus disparos de foguetes.