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Hoje é Quinta-feira, 13 de Novembro de 2025.
Uma nova técnica de restauração ecológica desenvolvida pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) promete recuperar áreas do Pantanal devastadas por incêndios, utilizando mudas de regeneração natural. O projeto conta com a parceria de povos indígenas da região, que contribuem para a revitalização do bioma.
Segundo a bióloga Letícia Koutchin, a técnica envolve o transplante de plântulas coletadas de fragmentos naturais não afetados pelas queimadas, priorizando espécies abundantes e adaptadas à região. “Essas plântulas têm maior chance de sobrevivência, por já estarem adaptadas geneticamente ao local”, explica a pesquisadora. A estratégia é viável em áreas de difícil acesso e fortemente impactadas pelo fogo.
O projeto também inclui um mapeamento de áreas prioritárias para restauração, focando em regiões onde a perda de espécies sensíveis ao fogo foi significativa. Além disso, comunidades indígenas kadiwéu, terena e kinikinau colaboram com o projeto, compartilhando conhecimentos sobre manejo de fogo e restauração ambiental.
Para áreas de produção agropecuária, uma abordagem diferente está sendo usada. Segundo Michely Tomazi, da Embrapa Agropecuária Oeste, a recuperação do solo após queimadas inclui o cultivo de plantas de crescimento rápido, como milheto e crotalária, que ajudam a reestabelecer a vegetação e preservar nutrientes.
O projeto faz parte do GEF Terrestre, uma iniciativa do governo brasileiro em parceria com o Funbio, e já beneficiou diversas comunidades indígenas no Pantanal. O objetivo é não apenas restaurar a vegetação nativa, mas também garantir a resiliência ecológica e a preservação dos serviços ambientais essenciais para a fauna e os moradores locais.
