Brasil lidera em transplantes, mas fila de espera preocupa

O Brasil reafirmou sua posição como líder mundial em transplantes de órgãos, com um aumento expressivo no número de doações e procedimentos nos últimos anos. Segundo dados do Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) realizou mais de 14 mil transplantes apenas no primeiro semestre de 2024, o que representa um crescimento de 3,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Rins, fígado, coração, pâncreas e pulmão estão entre os órgãos mais frequentemente transplantados.

Apesar do avanço, a demanda por órgãos segue elevada. Atualmente, mais de 41 mil brasileiros aguardam na fila de transplantes, muitos em condições críticas. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, comemorou o aumento nas doações, mas reforçou a urgência de ampliar os esforços para reduzir o número de pessoas à espera de um órgão. "Celebramos esse avanço, mas a fila de quase 45 mil pessoas nos preocupa profundamente", afirmou.

Um dos desafios enfrentados é a desigualdade regional na oferta de transplantes. Estados como São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul concentram a maior parte dos procedimentos, enquanto regiões como Norte e Nordeste apresentam números significativamente menores. O caso de Naiane, uma paciente do Amapá que aguarda por um transplante de rim em Porto Alegre, exemplifica as dificuldades enfrentadas por muitos brasileiros que precisam se deslocar para outros estados em busca de tratamento.